A Igreja Paroquial

O Bispo D. Martim Affonso de Mexia criou a Paróquia de Alqueidão da Serra em 1615, elevando a Igreja Matriz uma antiga capelinha, já existente no mesmo local em honra de São José.

A Capela de Santa Catarina, que existia perto da Lagoa de Santa Catarina continuou a assegurar a administração dos Sacramentos, porque só em 1620 o Bispo D. Frei António de Santa Maria deu licença para se celebrar a Santa Missa na Igreja Matriz (ou Paroquial).

Por esta altura a porta da Igreja Paroquial estava voltada para a estrada que hoje dá para Porto de Mós. No livro “O Couseiro” memórias do bispado de Leiria editado em 1868 pode ler-se no Capitulo 139º:

“No altar da capela Mór está a imagem de São José, de vulto, ainda sem retábulo. Tem dois altares colaterais; o da parte do evangelho, de Santo António, imagem de vulto, em nicho de pedra; o da parte da epístola, de Nossa Senhora do Rosário, imagem de vulto, também em nicho de pedra. Tem sacristia, alpendre, capela de pia de baptizar e um sino”.

O Padre Manuel Afonso e Silva que foi pároco da freguesia desde 1861 até 1894, e depois de novo em 1898, (até Agosto de 1899), fez obras na Igreja e transformou-a.

Reza a tradição que, uma tal Joana, senhora muito mal-afamada, decidiu fazer uma casa de passe, mesmo em frente à porta da Igreja. Vendo isto o Padre Afonso não esteve com meias medidas, iniciou as obras na Igreja, pela porta principal que fez mudar para o lado oposto. Todo este episódio pode ler-se em pormenor no livro “Alqueidão da Serra – Apontamentos para a sua História” de Alfredo de Matos.

Foi feita a Capela-mor, com o tecto azul-escuro com umas estrelinhas amarelas de madeira, e um altar de cada um dos lados.

A Capela-mor, que era bastante acanhada, tinha o altar-mor com um curto espaço em redor.

Um pouco abaixo do arco cruzeiro, (o arco da Capela-mor), resguardando um relativo espaço havia uma bonita e trabalhada grade de madeira, que se abria em dois portões ao centro, e já ao cimo da escadaria de acesso ao chamado presbitério. O Sacrário, o mesmo de hoje, ficava logo atrás, em cima de um suporte de tijolos e cimento.

O Sacrário é um cofre de ferro, a prova de roubo e de fogo, e com segredo. Todo ele é revestido em talha dourada e foi adquirido nos anos 40, no tempo do Padre Henrique A. Fernandes,

Na altura da comunhão, dois homens com opas vermelhas acompanhavam o sacerdote, um de cada lado, e a sagrada comunhão era então distribuída pelas pessoas que se ajoelhavam ao longo da grade de madeira. Logo a seguir à grade do lado esquerdo a Capela de São Francisco que tinha uma porta para a rua, por onde entravam os homens, que durante a missa ficavam separados das mulheres pela grade de madeira.

Foram feitos ainda os dois altares laterais, o coro, o púlpito e ao fundo da Igreja do lado direito a capela com a pia baptismal.

O Padre Manuel Afonso e Silva construiu ainda uma torre e para além de colocar os sinos (alguns dos quais ainda hoje existem) mandou colocar um galo cata-vento no cimo da torre. A pedra para estas avultadas obras, foi arrancada em diversos locais da freguesia e transportada em carros de bois. O próprio padre Afonso colaborou nos trabalhos de construção.

Em 1965 o Padre Américo Ferreira, encetou obras no exterior, incluindo o novo pórtico de entrada da porta principal, sob a orientação do grande arquitecto, Camilo Korrodi, incluindo ainda portas, paredes e janelas com vitrais simples, tudo no valor de 54.941$50  escudos.

Em 1970, e para celebrar a criação da Freguesia, O Padre Américo procedeu às obras no interior, sob a orientação do arquitecto Célio Cantante, do Gabinete de Korrodi, tendo a preocupação de seguir as normas recentemente saídas do Concílio Vaticano II.

Foram retirados os dois altares que existiam de cada um dos lados da Capela Mor e o tecto pintado de azul clarinho. Foi alargado o arco cruzeiro, e foram retirados os degraus, a grade de madeira e a Capela de São Francisco. Nesta altura foram colocados os bancos.

Mais tarde com o Padre António Faria, (que foi pároco da freguesia desde 1 de Janeiro de 1972 até Setembro de 1983) e com a orientação do Arquitecto Célio Cantante, se procedeu à execução das obras anexas à Igreja: salão, salas e sacristia. Estas obras custaram um total de 370.000$00.

Em 1982, o Padre Faria, com a colaboração generosa de todos os homens da calçada, levaram a cabo, todo o calcetamento do adro, uma obra que, se fosse paga, custaria, 700.000$00.

Assim com a colaboração referida, a da junta e a da Câmara, só se pagou a alguns calceteiros de fora, o que custou, à Paróquia 176.660$00.

Com o Padre Frazão, (que é pároco da freguesia desde Outubro de 1983) no ano de 1986 repararam-se os três sinos existentes, que levaram cabeçalhos novos em madeira de taly, e um badalo em aço vazado. Os trabalhos foram efectuados em Braga pela casa Serafim da Silva Jerónimo e custaram 197.700$00, Comprou-se ainda um novo sino, na mesma casa e ano, por 157.760$00. Ficando assim completo o campanário.

Foi também por esta ocasião adquirido um novo relógio computadorizado, e ligado ao velho mostrador já existente na torre que vinha do antigo relógio de corda. Marca as horas e meias horas, tem muitas possibilidades, como a do toque programado dos sinos para diferentes dias e horas, e com variados e diferentes toques. Custou 595.305$00, todo o sistema com montagem e devidas adaptações.

Num artigo escrito pelo Professor Carlos para o Jornal “O Portomosense” de 12/11/1987 pode ler-se: “Procedeu-se ainda à pintura de todo o interior, paredes e tecto e limpeza de cantarias. Custou este trabalho 380.000$00. Houve ainda necessidade de proceder a trabalhos de carpintaria no teto fechando as juntas que tanto desfiguravam, Esta reparação custou 99.749$00. Foram ainda pintadas e retocadas as portas e restantes madeiras.”

Em 2001-10-16 deu-se início a uma Fase de Restauro da Igreja comportando: Ampliação do Coro, Altar-Mor, Ambão, Pia Baptismal e Nichos de Nossa Senhora do Rosário e de São José.

Com o Conselho Económico Paroquial de 2003-2005 do qual fizeram parte João Manuel Amado de Matos Gabriel; Ercília Maria Vieira Cecílio; Ivone Maria Vieira Rodrigues; Jorge Carreira dos Santos; José Paulo de Matos Baptista e Rui Marto Correia Marto, foi colocado um telhado novo e abertos os três arcos na parede lateral direita.

 

 

Para a inauguração destas obras a Junta de Freguesia presidida por Fernando Sarmento ofereceu o órgão electrónico com pedaleira completa e três teclados, no valor de cerca de 15 mil euros.

 

DG2010

 

 

Esta entrada foi publicada em Património Arquitectónico. ligação permanente.

Obrigado pela visita. Volte sempre!

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Imagem do Twitter

Está a comentar usando a sua conta Twitter Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s