A festa anual de S. Sebastião era tradicionalmente organizada pela mocidade da Freguesia, e realizava-se em Setembro.
No ano de 1911 a festa realizou-se no dia 17. Depois de terminada a missa, aconteceu que a procissão não podia sair para percorrer o itinerário do costume, porque o pároco não tirou a licença que a Lei exigia. Esta situação provocou um descontentamento geral.
Não conformada com esta realidade, a comissão da festa decidiu organizar a procissão tal como era costume antigo, e percorrer as ruas habituais, mas sem a presença do pároco.
Ultrapassado que foi este incidente, a festa voltou a realizar-se durante os dez anos que se seguiram, conforme mandava a tradição.
No ano de 1921 a festa foi marcada para dia 14 de Outubro. Consta que houve alguns desentendimentos entre o pároco e os festeiros. O pároco recusou-se, inesperadamente a fazer a procissão desta festividade.
A comissão da festa, constituída por rapazes e raparigas, decidiu que a procissão se realizasse na mesma, com as imagens e tudo, como era velho costume.
Levado o caso ao conhecimento do Sr. Bispo, este decretou interdição da igreja paroquial. Como consequência desta decisão, a Freguesia foi dividida em duas, para efeitos de assistência religiosa, entre a de S. João (Porto de Mós) e de S. Mamede.
Pela mesma razão, O Sr. Bispo determinou que se levantasse um processo canónico sobre o incidente, para o que nomeou como sindicante o pároco da Batalha, o Rev.º Dr. Joaquim Coelho Pereira.
Em 1 de Novembro de 1921, o Sr. Bispo de Leiria deslocou-se oficiosamente ao Alqueidão, no seguimento do processo relacionado com a Festa de São Sebastião, e conseguiu estabelecer a harmonia. No entanto foi grande o número de pessoas a quem o acordo desagradou.
A festa de São Sebastião continuou a realizar-se nos moldes habituais por mais alguns anos. Actualmente esta festa já não existe.

Juiz e Mordomos da Festa de São Sebastião – Anos 50