Por causa das lombas, oiteiros, montes e serras que existem no Alqueidão. e também devido ao facto de antigamente não existirem caminhos razoáveis, o jerico foi, em tempos que já lá vão, considerado indispensável e o mais económico meio de transporte.
O Burro era um animal doméstico, que estava ao serviço das famílias para o transporte de pessoas e dos elementos indispensáveis à vida agrícola ou dela resultantes, a que se dedicava a quase totalidade das famílias locais. Muitíssimo pobre havia de ser a casa que não possuísse um.
Para lidar com eles utilizavam-se expressões, como por exemplo “arre, burro”, para que o animal iniciasse a marcha. Para enxotar o animal, quando as circunstâncias o exigiam, nomeadamente quando havia necessidade de corrigir a sua tão característica teimosia, utilizava-se a conhecida expressão “chó”.
Da sua alimentação faziam parte as favas a aveia, erva, ou outros produtos agrícolas. Quanto à água, existiam duas pias grandes na fonte onde os burros iam beber, e também existiam pias mais pequenas junto aos poços, nos palheiros onde os burros ficavam de noite e nos pátios de algumas casas.
Na década de 50, o padre Manuel Ferreira costumava organizar piqueniques à serra. Juntavam-se as pessoas interessadas, e o transporte que utilizavam eram os burros. Chegando ao local escolhido, era celebrada a Missa e depois lanchavam e passavam uma agradável tarde de convívio.
Na década de 60 o padre Américo organizava a Burricada dos estudantes. Juntava a malta toda, e lá iam de burro até à serra onde passavam a tarde a ouvir musica, dançar e brincar.




