- A minha aldeia, tem cem casinhas
- Todas branquinhas da cor do luar
- Umas são novas, outras velhinhas
- A Igreja ao centro a murmurar:
- A Minha aldeia é tão linda.
- Outra assim não há igual
- è como a rosa florida
- Num jardim de Portugal
- É tão linda linda linda
- minha aldeia é um primor
- Mais brilhante que uma rosa
- Ai, que uma rosa e mais bela que uma flor.
- Pobrezinha a minha aldeia
- mais pobre não pode ser
- É lindo quanto a rodeia
- Outra assim não pode haver.
- Das tradições e encantos
- Como ela não há igual
- Minha aldeia honra tanto
- tanto, tanto o nosso lindo Portugal.
- A minha aldeia, já tão velhinha
- é um cantinho de paz sem ilusões
- Cada casinha, tão pequenina
- Mimoso ninho de inspirações!
- Há quem a veja, rosa florida
- Quando a luz viva do sol a prateia
- Imponente igreja no meio erguida
- Mais puro enlevo da minha aldeia.
- Lá mais ao cimo, muito branquinha
- uma capelinha de antigo padrão
- Nossa Senhora da Tojeirinha
- Mais bela e pura recordação.
- Tem seis moinhos, novos e velhinhos
- Velas ao vento continuo a girar
- Ruas estreitinhas, casas branquinhas
- Que grande elevo é cá morar
- Tem fazendinhas, hortas e vinhas
- A minha aldeia é um formoso pomar
- Tem verde o monte, água na fonte
- pura e fresquinha a saltitar.
Autor: Francisco Amado de Matos

Jornal União Nacional – Semanário Leiriense de 1931 Neste jornal, há interessantes notícias e uma bela descrição do Alqueidão do início da século XX. Vê-e um rebanho de cabras, um moinho de vento, e um almocreve de venda de azeite. Pode ser consultado em qualquer Biblioteca .