Para jogar o “bichaninho”, era preciso existir um monte de terra, disposto em forma de cone ou de pirâmide. O tamanho dessa moreia é conforme o número dos que entram na jogada.
No interior desse montinho de terra, colocava-se um objecto de qualquer natureza, o “bichaninho”, tendo a preocupação de o situar perto do meio, para que todos os jogadores tivessem igual número de probabilidades de o encontrar.
Pronto isto, os participantes na jogada acomodavam-se em volta do montinho de terra. Depois, com os dedos ou com um gravelhito, começavam a esgaravatar, pouco a pouco e ao mesmo tempo, no monte de terra. Enquanto esta operação durava, todos iam dizendo sem quebra, com a mesma entoação que era lenta, arrastada e monótona ao jeito de cantilena de pedinte de porta:
– “Bichaninho, bichaninho, bichaninho…”
A lengalenga parava logo que algum encontrava o “bichaninho”, o que correspondia ao fim do jogo.
Este era um divertimento a que só as crianças mais pequenas davam importância.