1917
O Major contava que a 13 de Outubro de 1917, enquanto pastava cabras na Serra da Andorinha, viu o Sol muito diferente. Podia olhar para ele sem qualquer dificuldade. Pouco tempo depois, espalhou-se a noticia que três pastorinhos e muitos peregrinos, tinham assistido a essa mesma hora, ao Milagre do Sol na Cova da Iria em Fátima.
As três crianças tinham dito em datas anteriores, que Nossa Senhora tinha prometido um milagre para o meio-dia de 13 de Outubro, na Cova de Iria de modo a que todos pudessem acreditar.
De acordo com muitas testemunhas, após uma chuva torrencial, as nuvens desmancharam-se no firmamento, e o Sol apareceu como um disco opaco bailando no céu.
Algumas pessoas afirmaram que não se tratava do Sol, porque era significativamente menos brilhante do que o normal, e apareceu acompanhado de luzes multicoloridas que se reflectiram na paisagem, nas pessoas e nas nuvens. Muitas testemunhas relataram que a terra e as roupas que estavam molhadas ficaram completamente secas num curto espaço de tempo.
De acordo com relatórios das testemunhas, o Milagre do Sol durou aproximadamente dez minutos. As três crianças disseram que tinham visto Jesus, a Virgem Maria e São José abençoando as pessoas dentro do Sol . Outras testemunhas afirmaram ter visto vultos de configuração humana dentro do Sol quando este desceu.
O Padre Joaquim Vieira da Rosa, pároco de Alqueidão da Serra, por incumbência do seu superior hierárquico, participou no processo eclesiástico instaurado ao caso das Aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria em 1917, interrogando pessoas da sua Freguesia que testemunharam os acontecimentos de 13 de Outubro.
Relatos de algumas testemunhas
5ª testemunha: Romano dos Santos, casado, morador no lugar e freguesia do Alqueidão da Serra, testemunha presencial dos factos ocorridos no dia 13 de Outubro de 1917, ajuramentado aos Santos Evangelhos, disse: que ouviu dizer que ajoelhassem todos, que vinha Nossa Senhora, palavras estas que ouviu da multidão e que viriam dos pastorinhos, que se achavam distantes. Ditas estas palavras a multidão ajoelhou, tendo a chuva cessado nesta ocasião, e olhando para o sol viram que ele estava cercado de diferentes cores e girando como uma roda de fogo de artifício. Ouviu os clamores d’aquele povo, dizendo que era um milagre conhecido. E mais não disse e não assina o seu depoimento, por não saber.
Romano dos Santos era exposto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Casou com 28 anos, a 26 de Novembro de 1893, com Joana da Costa Carreira. Faleceu a 5 de Outubro de 1962.
6ª testemunha: Maria da Silva Vieira da Rosa, solteira, de maior idade, moradora no Alqueidão da Serra, testemunha presencial dos factos ocorridos em Fátima no dia 13 do corrente mês, ajuramentada aos Santos Evangelhos, disse: que na ocasião em que a multidão ajoelhava, tendo cessado um pouco antes a chuva, olhou para o sol e viu que este se transformou em diferentes cores, aproximando-se e girando como uma roda de fogo. Por três vezes viu este fenómeno. Toda aquela multidão, banhada em lágrimas, gritava por Nossa Senhora. E mais não disse, e assina o seu depoimento.
Maria da Silva Vieira da Rosa, nasceu a 22 de Junho de 1883, no Alqueidão da Serra. Filha de Domingos Vieira da Rosa e e de Maria da Silva, e irmã Joaquim (então pároco de Alqueidão da Serra e vigário de Porto de Mós), António e Francisco Vieira da Rosa. Faleceu solteira a 2 de Abril de 1968.
7ª testemunha: Manuel João Senior, casado, morador no Alqueidão da Serra, testemunha ocular dos factos ocorridos em Fátima no dia 13 de Outubro de 1917, ajuramentado aos Santos Evangelhos, disse: que estando uma numerosa multidão de joelhos, olhou perfeitamente para o sol sem incómodo algum para a vista, e sem se queimar, e viu-o por três vezes girar como uma roda de fogo, aproximando-se, à hora marcada pelos três pastores. E mais não disse, e não assina por não saber escrever.
Manuel João Senior nasceu a 26 de Junho de 1853, filho de Manuel Gaspar e de Francisca Carvalho, casou com Francisca Joana a 7 de Outubro de 1877. Faleceu a 7 de Outubro de 1938.
8ª testemunha: Adriano de Mattos, casado, morador no Alqueidão da Serra, testemunha ocular dos factos ocorridos em Fátima no dia 13 de Outubro de 1917, ajuramentado aos Santos Evangelhos, disse: que olhou perfeitamente para o sol sem este o incomodar e representou-se-lhe ver Nossa Senhora com o Menino Jesus no braço esquerdo, e viu em roda do dito astro cores diferentes.
Adriano de Mattos, nasceu a 4 de Fevereiro de 1869, era filho de António de Matos e de Luciana de Oliveira, casou com Doroteia Joana a 8 de Janeiro de 1899. Faleceu a 18 de Dezembro de 1949.
9ª Testemunha: António Vieira Amado, casado, morador no Alqueidão da Serra, testemunha ocular dos factos ocorridos em Fátima no dia 13 de Outubro de 1917, ajuramentado aos Santos Evangelhos, disse: que viu o sol muito claro, e dentro representou-se-lhe ver três imagens, e diante do sol cores diversas e girando como uma roda de fogo, tendo ouvido antes disso, que ajoelhassem todos que vinha Nossa Senhora, ao que a multidão obedeceu soltando grandes clamores e gritando por Nossa Senhora. E mais não disse e não assina o seu depoimento.
António Vieira Amado, nasceu a 23 de Dezembro de 1889. Filho de José Vieira Amado e de Maria de Jesus Parreira. Casou com Joaquina Carreira. Faleceu a 30 de Abril de 1968. A esposa também esteve presente na Cova de Iria a 13 de Outubro de 1917, e faleceu a 2 de Novembro de 1989, com 95 anos de idade.
10ª testemunha: João Vieira Gomes, casado, morador na freguesia do Alqueidão da Serra, testemunha ocular dos factos ocorridos em Fátima no dia 13 de Outubro de 1917, ajuramentado aos Santos Evangelhos, disse: que viu o sol girar como uma roda de fogo, fitando o sol sem incómodo para o orgão visual, tremendo ele e gritando toda a multidão por Nossa Senhora. Este facto foi presenciado por toda a multidão. E se alguém não viu foi porque não quis ver. E mais não disse, e não assina por não saber escrever.
João Vieira Gomes nasceu a 13 de Novembro de 1871. Filho de Manuel Vieira Gomes e de Maria Gomes Correia. Casou com Ana Carvalho a 7 de Janeiro de 1906. Faleceu a 12 de Junho de 1945.
11ª testemunha: Manuel Carvalho, casado, morador no Alqueidão da Serra, testemunha ocular dos factos ocorridos em Fátima no dia 13 de Outubro de 1917, ajuramentado aos Santos Evangelhos, disse: que viu o sol baixar, segundo o seu entender, revestir-se de várias cores, girando numa roda de fogo de artificio que se podia sem incomodo ver. Notou a testemunha que chovendo toda a manhã, cessou a chuva naquela hora da chegada das crianças que rezando o terço, mandaram joelhar a multidão calculada em 50 mil pessoas, que gritavam por Nossa Senhora. E mais não disse, e assina o seu depoimento.
Manuel Carvalho nasceu a 28 de Junho de 1866. Filho de João Carvalho e de Maria de Jesus. Casou com Maria do Rosário a 11 de Fevereiro de 1900. Faleceu a 13 de Fevereiro de 1951.
As aparições de Nossa Senhora aconteceram todos os meses de 13 de Maio a 13 de Outubro de 1917, sempre na Cova da Iria, e no dia 13, à excepção do mês de Agosto, que, por causa das perseguições das autoridades, ocorreu nos Valinhos, no dia 19.
Muitas pessoas do Alqueidão deslocavam-se a pé até Fátima, todos os meses, no dia 13, para estarem com os pastorinhos quando Nossa Senhora lhes aparecesse.
Na Cova da Iria, no local onde Nossa Senhora apareceu, foi construída uma pequena capelinha.
Começaram a chegar a Fátima muitas pessoas que vinham a pé de todos os cantos de Portugal, no dia 13 de cada mês, desde Maio até Outubro. Foi construído o Santuário em honra de Nossa Senhora do Rosário de Fátima e foram feitas alterações na Capelinha inicial.
A Imagem que se ainda hoje se venera na Capelinha das Aparições foi oferecida em 1920 por Gilberto Fernandes dos Santos. É obra do escultor José Ferreira Thedim. É em madeira, cedro do Brasil, e mede 1,10.
Esta imagem apenas deixa a Capelinha das Aparições em ocasiões consideradas muito especiais.
Entre 9 de Junho e 13 de Agosto de 1951, saiu em visita a todas as paróquias da Diocese de Leiria. Foi recebida pelo povo do Alqueidão da Serra entre 9 de Junho e 13 de Agosto de 1951.
No ano de 2013, o Papa Francisco chamou Nossa Senhora de Fátima para estar presente na Jornada Mariana do Ano da Fé, em Roma. Nessa ano, a imagem Senhora de Fátima venerada na Capelinha das Aparições deixou a Cova da Iria por volta das 05h30, de sábado dia 12 de Outubro para iniciar uma viagem rumo ao Vaticano.
Logo que chegou ao Vaticano a imagem foi levada em procissão até ao mosteiro de Mater Dei, onde vive o papa emérito Bento XVI, e depois até à Casa Santa Marta, onde vive o Papa Francisco, ambas no interior do Vaticano.
O Papa Francisco recebeu solenemente a imagem de Nossa Senhora de Fátima, e colocou um rosário a seus pés, como oferta pessoal.
Foi organizada uma procissão com a imagem, que percorreu as diferentes zonas da Praça de São Pedro e parou por alguns instantes no ponto onde, em 13 de maio de 1981 o turco Ali Agca disparou contra o João Paulo II.
Depois de um momento de oração e da catequese do papa Francisco, a imagem foi levada para o Santuário do Divino Amor, nos arredores de Roma.
No domingo 13 de Outubro, a imagem voltou ao Vaticano para repetir a procissão pela Praça de São Pedro a que se seguiu a santa missa presidida pelo Papa Francisco, após a qual a imagem voltou para Portugal.
A imagem que esteve em Fátima nas celebrações do dia 13 de Outubro de 2013, foi a imagem de Nossa Senhora Peregrina. Imagem esta que foi feita segundo indicações da Irmã Lúcia, foi oferecida pelo Sr. Bispo de Leiria e coroada solenemente pelo Sr. Arcebispo de Évora, a 13 de Maio de 1947. A partir dessa data, a imagem percorreu, por diversas vezes, o mundo inteiro, levando consigo uma mensagem de paz e amor.
Um muito obrigado Dulce .
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