Quando não existiam pacotes de leite
A população do Alqueidão dedicava-se à agricultura e criação de gado.
Os que optaram pela atividade leiteira criavam os animais ao ar livre e depois da ordenha vendiam o leite, no próprio dia, de porta em porta.
Uma das pessoas que vendeu leite de porta em porta durante muitos anos foi a ti Céu. Ela percorria o Alqueidão todo a pé, carregada com a bilha de leite para vender em cada casa, o leite necessário para aquele dia.
Foi assim até à criação do Posto do Leite.
O pequeno edifício ficava nas Calçadas. Tinha dois grandes tanques (silos) para armazenagem do leite e um sistema de arrefecimento. Todos os dias os produtores entregavam aqui a sua produção de leite que depois era vendido à Ribacal (Santarém).
A função do Posto do Leite era receber, resfriar e enviar.
Em 31 de Dezembro de 1981 o Posto do Leite ainda existia, e tinha como responsável a ti Céu que toda a gente conhecia como a ti Céu do Leite.
O modo de vida das pessoas mudou de tal modo que o Posto do Leite fechou por já não haver razão para ele existir. Acabou a criação de gado e a produção de leite na freguesia do Alqueidão. Os habitantes emigraram, voltaram-se para a extração da pedra preta, emigraram de novo.

2015
O tempo passou, todos nos habituamos a ver o leite em pacotes nas prateleiras dos supermercados e já quase ninguém se lembra que em tempos a ti Céu vendeu leite de porta em porta, mas ainda todos a conhecem como a Céu do Leite.
Em 28 de Junho de 2016 a ti Céu faleceu, vitima de uma doença que lhe causou muito sofrimento, no entanto ela viverá para sempre no nosso coração.