Centenário do Nascimento
Manuel da Costa dos Reis Calvário nasceu em Alqueidão da Serra no dia 12 de Janeiro de 1917. Sua mãe, Cristina da Costa Calvário faleceu com 90 anos.

Cristina da Costa Calvário
Eram seus irmãos, João Calvário, Guilhermina Calvário, Maria da Conceição a quem chamavam a ti Cristina, Engrácia e Águeda.
O Manuel veio a casar com uma das filhas do ti Manecas e da Adelina, a Ilda, que tinha 5 irmãos: A Julia da Adelina, o Xico Manecas, Emilia Peixeira, a São, e a Albertina do Ti Manecas.

Os pais da Ilda com a neta Estelinha, a filha da São.
Manuel Calvário e Ilda tiveram 15 filhos e criaram 14 porque uma menina morreu à nascença. São eles: Emilia, Patola, João Alberto, Viagem, Juca, Canicas, Gina, Tuta, Vina, Tadão, Luis, Slvador, Tina e Paula.
Trabalhavam no campo. Produziam grandes quantidades de milho, trigo e azeite para o sustento dos filhos. Ao fim de semana a ti Ilda amassava 1 alqueire de trigo e 3 alqueires de milho para fazer pão e broa para a sua familia.

Jornal “O Portomosense” de 09 de Março de 2000. (A ti Ilda à esquerda)
Manuel Calvário trabalhava à jorna, de sol a sol, no Alqueidão ou nas aldeias vizinhas, e de acordo com a época do ano, ele era contratado para a vindima, para a apanha da azeitona, para cavar na sementeira ou na apanha da batata, para cortar mato, etc., e para além disso ainda cuidava também das suas próprias culturas.
No verão, quando era contratado para cortar mato na Serra, para fazer trabalhos que duravam por vezes mais de oito dias, não vinha a casa até acabar o trabalho. Por vezes levava um filho com ele. Dormiam ao luar, em cima de uns panos de azeitona, e todos os dias alguém da família lá ia, a pé, levar o almoço. Nas noites de luar ele trabalhava durante a noite enquanto o filho dormia em cima de um monte de mato coberto com um pano de azeitona.
A ti Ilda também ajudava o marido na produção de cereais para o consumo da família. As crianças quando voltavam da escola também iam ajudar nos trabalhos no campo, e aprenderam a sachar, a podar, a ceifar, a regar, a carregar o burro com os produtos que a terra produzia, etc.
O ti Manel nunca foi à escola, mas ainda assim ninguém o enganava nas contas. Quando pedia dinheiro emprestado a alguém sabia sempre, à taxa que tinha combinado, quanto é que tinha que pagar de juros ao fim de um ano. Sabia quanto devia aos outros e quanto lhe deviam a ele, sem precisar de apontar em lado nenhum. Não sabia escrever, mas era dotado de uma enorme capacidade de raciocínio.
Antigamente no Alqueidão quando havia necessidade de fazer partilhas e as famílias não se entendiam, chamavam o ti Manel Calvário. Ele fazia os montes, deitava as sortes, e sempre todos respeitavam o resultado.

No Casamento do filho “Patola”

No casamento da filha Tadão

Com a esposa e os filhos

Com alguns dos netos
Quando já ia avançado na idade, no dia dos seus anos era costume os seus filhos deitarem tantos foguetes quantos os anos que ele fazia. Manuel Calvário faleceu a 3 de Novembro de 2010, com 93 anos, mas a vida continua nos seus 33 netos e 33 bisnetos.
Hoje, 12 de Janeiro de 2017, lembramos o seu nascimento em Alqueidão da Serra, 100 anos atrás.
Quelle MAGNIFIQUE famille que la vôtre… Que Dieu vous protège tous et toutes…
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Que belas recordações da gente antiga da nossa terra. Obrigada Dulce
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Que alegria de ver ler e ver esta homenagem ao nosso tio e tia Ilda. E tambem a foto do nosso avo Manecas e avo Adelina com a nossa rima Estella. Agradeco for terem ppublicado. Obrigada a minha irma Fernanda Saragoca Franco- Ferrara por fazer o “share”. Lembrancas da nossa familia!
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Que alegria ver esta história do meu tio Calvário e da minha tia Ilda.
Muito Obrigada por publicarem!
Fernanda Saragoça Franco-Ferrara
Filha de Adriano Saragoça (Manecas)
California
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