Andrés Stagnaro é um poeta, cantor e autor uruguaio de reconhecido mérito, com forte ligação a Portugal onde vem com alguma regularidade. Canta e musica os seus próprios poemas, bem como poesia que apropria de modo original, dando-lhe vida nova, respeitando os textos e promovendo a sua divulgação.
O repertório inclui escritos de José Saramago e David Mourão Ferreira, havendo espaço para a música de intervenção portuguesa, nomeadamente a de José Afonso, e para a música revolucionária da América Latina.
No seu mais recente disco “No te acostumbrarás” (Não te habituarás) aliou-se ao multi-intrumentista Frederico Graña (líder e principal compositor da banda rock Los Prolijos) que contribui com sua intensidade e conhecimento do som folk-eletroacústico na produção e, como intérprete, encarregado de guitarras, baixo, bateria, teclados, percussão, bandolim e coros.
“Los muros de la verguenza” (leitmotiv da colaboração de Ana Tejera) e “Mujeres del Kurdsitán”, dois temas próprios que abrem o CD, marcam o forte perfil político do disco, que também pode ser apreciado em “Acufeno de los desaparecidos”, sobre um poema de Andrés Echevarría. O título deste trabalho espelha a atitude do artista presente, de resto, em toda a obra de Stagnaro.
Andrés Stagnaro vem ao Auditório José Catarino a convite de David Teles Ferreira, seu amigo pessoal. Nesta sua vinda a Portugal, o cantoutor refugia-se por uns dias em casa do seu amigo no Alqueidão da Serra e, a convite do anfitrião, brinda-nos a todos com o concerto agora anunciado.
Uma preciosidade para a nossa terra.