Os Conspiradores da Azoia

A monarquia em Portugal foi derrubada em 1910. Logo depois apareceram os movimentos de revolta contra o regime republicano, levantados pelos monárquicos. Uma dessas revoltas foi a que se verificou na Azóia.

O caso passou-se no dia 6 de Julho de 1912 que, nesse ano, calhou a um sábado. Tratou-se de uma insurreição que já nasceu morta, visto que abortou pouco minutos depois de ter dado sinais de vida. Foi mais um ato impensado que outra coisa qualquer. Perante o desastroso efeito, os conspiradores viram uma única saída: a fuga. Separaram-se em grupos de pequeno vulto, que se mantiveram mais ou menos unidos, procurando uma maneira de se escapulirem à prisão. Um destes grupos veio parar ao Alqueidão.

Passaram a noite não se sabe onde, mas no domingo logo de madrugada estavam no Alqueidão, onde um dos membros do grupo sabia que morava uma pessoa que os podia ajudar. Pediu-lhe os préstimos e foi servido junto com os companheiros de sorte. Deu-lhes o que precisavam para comer, e tentou arranjar as coisas por forma a garantir-lhes que continuassem em liberdade.

Assim, se tinham entrado na terra alta madrugada, saíram dela logo que o escuro da noite lhes permitiu que o fizessem. Tropeçando nas irregularidades do piso dos caminhos e depois nos pedregulhos dos carreiros e atalhos, chegaram ao Maçadal e instalaram-se num moinho que lá existia.

Está bem de ver que, tanto a escolha do esconderijo, como a ida até lá, ainda por cima de noite, têm na sua base um conhecimento seguro e exato do sítio. Guiou-os, até lá, a mesma pessoa que os recebeu debaixo de suas telhas, pessoa competentíssima para o efeito, devido à sua experiência nos pisos locais.

Ali se acomodaram. Deram ao guia umas listas das coisas necessárias. Além da comida, precisavam do arranjo do calçado que lhes aturasse durante as caminhadas para o exílio.

Parecendo que não, o trabalho era mais difícil de executar do que parecia à primeira vista e, se tinha aspetos perigosos para os refugiados, apresentava melindres graves para o executante, como está bem à vista. Não eram muitos os que se atreviam a tomar conta do recado.

Luís Gaspar da Silva Raposo foi o anfitrião dos conspiradores, o guia solícito e o agente completo dos interesses e precisões de todos e cada um deles.

Na manhã de 8 de Julho de 1912 o Raposo batia à tranqueta da porta da casa de José de Matos, sapateiro de seu ofício. Atendeu a dona da casa, Maria Amado se chamava ela.

Acontece que, atrasadamente, houve uns implicativos e quezilentos dares e tomares entre José de Matos e o Raposo. Não tendo este levado a melhor, sabido o seu temperamento provocador e vingativo, ligado ao facto de ser costume vê-lo sob o efeito do vinho, que assanhava os seus maus instintos, a ideia que este casal formou de tão extemporânea presença, foi a de que se tratava de uma provocação, ou de um ajuste de contas, como era seu hábito.

Sob o impulso desta convicção, de dentro de casa, saiu a pergunta:

– “Que deseja?”

Lá de fora …

– “Está o teu marido?”

– “Está, mas ainda dorme, como é naturalíssimo.”

Animado com a alma nova deste informe, voltou à carga no tom de mando que habitualmente usava:

– “Então acorda-o, que preciso muito de falar com ele, sem demora.”

– “Que assunto é”, replicou a interlocutora que, entretanto, se fora capacitando de que o homem não dava sinais de vinho.

– “Não abro a porta sem saber exatamente do que se trata.”

– “De assunto muito grave e importante que não se pode dizer assim.”

– “E, assim, não se abre esta porta.”

Desenganado de chegar a bom fim, não teve outro remédio. Encostou-se, então à porta e, pondo as mãos na boca, a fazerem de funil, finca-as no ponto onde esta se juntava com o batente e, mesmo assim, receoso dos ouvidos das paredes ou das estrelas, disse o se passava:

– “Na serra, estão uns conspiradores monárquicos escondidos a quem é preciso arranjar calçado para fugirem para Espanha… e como só confio no teu marido, venho pedir-lhe que os vá servir.”

A porta não se abriu, apesar de tudo. A resposta foi que ia dar conta do caso e que aguardasse enquanto o marido se vestia e ela lhe arranjava o comer para agora e para levar. Se ele não estivesse de acordo em ir, por ter compromissos, voltaria a dizer-lho.

E com isto, após trocar impressões com o marido sobre a forma de tirar as dúvidas, saiu pela grande janela que se abria para o quintal, do lado das Moirãs, atravessou ao pátio da “ti” Redonda e Manuel Correia, correu à rua de Cima e enfiou direito ao Poente que, sempre era percurso mais povoado. À esquina, fica a casa de Francisco Marto, a seguir a do P.e António Vieira da Rosa e depois, cortando à direita, era a da “ti” Ritanta e da tia Maria José. Meia dúzia de passos adiante, ficava a casa onde nascera e onde estava, por mera coincidência, o seu irmão, o P.e Júlio Pereira Roque. Ia consultá-lo e, do que ele dissesse, estava pendente a sorte dos Conspiradores.

Bateu então  à porta e perguntou ao irmão se tinha conhecimento de alguma revolução e da estadia de conspiradores nalgum ponto do Alqueidão.

– “É que o Raposo está à minha porta e quer que o meu marido vá arranjar o calçado a uns que têm de fugir para Espanha. Como ele não é de confiança…”

Resposta seca e fria:

– “Ele que vá.”

De regresso a casa pelo mesmo caminho, libertada de uma dúvida, sentiu-se oprimida por uma preocupação:

– “E quem me garante que o Raposo não aproveita a circunstância para…”

Com esta nuvem negra na alma, recomenda ao marido toda a prudência. Lembra-lhe, até, uma ideia:

– “Põe-no a caminhar na tua frente, a distância que te dê garantia de segurança contra um tiro de pistola, a única arma de que poderia ir munido, com a imposição de nem haver conversa nem se voltar para trás.”

Com estas exigências, feitas logo na soleira da porta, já de ferramental do ofício pendurado às costas e a saca do farnel a cair-lhe para a frente, abalaram.

Ainda era de noite escura, mas, por entre a quebrada do Vale de Ourém, já se via o clarão anunciador da aurora. Pelas ruas fora, nem bafo de ser vivo se ouvia. Começava a nascer o sol quando avistaram o Maçadal. Pouco depois chegaram ao moinho, onde o Raposo entrou, tendo voltado, logo de seguida, à porta, com mais dois acompanhantes, aos quais dava a notícia de lhes ter conseguido sapateiro da maior confiança.

Terminadas as apresentações, o Raposo voltou ao Alqueidão, completamente decidido a ficar estranho ao restante andamento do caso.

José de Matos sapateou enquanto os préstimos da sua arte foram tidos por necessários. Conseguiu deixá-los a todos em pontos de poderem fugir à Justiça que procurava exercer-se contra eles. A noite já lá ia um pouco adiantada. Aproveitando a sua escuridão o sapateiro, atirou pés aos caminhos e não lhe pesou o pé uma onça até casa.

Tinha sido um dia de “rebenta-boi”, mas vinha satisfeito com o préstimo que tivera em relação aqueles homens que eram objeto de perseguição devido a terem perdido a luta em favor duma ideia, e a ideia dum homem é tudo para ele.

No dia seguinte ao do trabalho prestado (talvez antes de os Conspiradores mudarem de poiso, devido a razões de segurança, para sítio aonde Francisco Pereira Roque e seu irmão Alípio Pereira Roque lhes levariam comida) já as autoridades administrativas de Porto de Mós se preocupavam com a rede que havia de apanhar à linha o sapateiro que remendara as botas aos inimigos da República.

Isto porque um “benemérito” levara ao Administrador do Concelho a denúncia de que José de Matos, profissionalmente legalizado, fora ganhar a jorna, pelo seu ofício, naquele trabalho.

A rapidez com que a notícia chegou aos ouvidos atentos da zelosa autoridade causou surpresa. E com razão, dadas as cautelosas preocupações havidas na preparação do segredo.

O cometido de tão reles vilania foi atribuído a Joana Biscoita.

Com razão?

Alguns factos parecem dizer que sim. Era vizinha do Raposo e da casa onde Maria Amado foi consultar o irmão, e estas circunstancias relacionadas com o facto real de ela ser pessoa dada à escuta de conversas e à espreitadela do que se passava em casa alheia, bem podiam ter-lhe dado oportunidade de ouvir palavra ou frase a respeito de um assunto que, em princípio, seria do conhecimento, apenas, de três pessoas.

Sem razão?

Há um pormenor que pode levar para esse caminho. José de Matos namorara uma filha da Biscoita, talvez para meter ferro à que veio a levar à igreja, que morava no lado oposto à casa desta. Como quer que fosse, chegou a reinar a convicção de que ele iria por aquela banda. Deu-se, porém, o contrário, casando, pouco depois, em Maio de 1912, com Maria Amado. O facto provocou reacção na preterida e na família. Não teria sido caso que alguém, por interesse no baralhamento da verdade real dos factos, com vistas em fins inconfessáveis, tivesse posto os pontos em Maria Biscoita que se haveria vingado por meio de acuso?

O Administrador do Concelho não teve outro caminho senão pôr em acção os meios de chegar até ao fim do que lhe tinham dado à dica. Vai, então, despacha uma força militar, colocada em Porto de Mós, devido à presença de conspiradores em mais que um ponto do Concelho, com guias de marcha para o Alqueidão, de onde havia de levar o sapateiro à sua presença.

Meu dito, meu feito. A força militar deixa a vila e chega ao seu destino. Posta-se à entrada do pequeno acesso à casa onde morava José de Matos. Ficava ela num recanto, a sul da Rua de Cima, o qual não tinha saída e, apenas, dava serventia para vários cómodos urbanos e logradoiros agrícolas, embora o perfil do local tenha sofrido alterações tão profundas que, nem a dita residência já existe.

Assim que alvejou a claridade matinal, o comandante da força bate à mesma tranqueta que o Raposo utilizara. Após estudada demora, acode a dona de casa. É, com voz ensonada, mas com a tonalidade tão natural que pedia meças ao mais completo sangue frio, trata de saber quem bate.

– “Em nome da Lei, abra.” Foi a palavra de resposta.

Na soleira da porta, empertigava-se um oficial que a interrogou, cortês mas com semblante de poucos amigos, a respeito do marido:

– “Onde está?”

– “Saiu para a caça.”

A fisionomia do inquiridor carrega-se. E duvidoso observa:

– “Saiu como, se nós estamos aqui há muito e ninguém passou por nós?!”

– “É que, em nós querendo ir para as Moirãs, para a Senhora da Tojeirinha, Gafarias ou Cabeça, escusamos de sair à rua. Para qualquer destas bandas, servimo-nos da janela ali de fronte, quer ver?”

E, nisto, vai e abre-a com quem escancara indesmentível verdade. Perante o facto, as perguntas encaminham-se para averiguar do tempo de demora.

– “Isso é coisa que não se pode dizer nem por palpite. Depende… Olhe, depende da sorte na caçada, do encontro com mais algum caçador…”

– “Onde é que ele trabalhou ontem?”

– “Em casa dum freguês… Mas nem ele me disse o nome, nem eu perguntei. Até ainda aí está o saco e a ferramenta lá dentro.”

– “Pois é… Mas eu tenho de ver a casa, mesmo assim.”

Passou revista miudinha ao quarto. Até debaixo da cama ele mirou. Na casa de fora abriu a arca e remexeu os sacos em que havia uns punhados de trigo e algum milho, correu o pano que fazia de cortina à parte inferior da cantareira. Finalmente, na cozinha, revolveu o canto da lenha, olhou a um lado olhou a outro e, dando com a vista na boca escura do forno de cozer a amassadura, foi e enfiou a cabeça por ela dentro. Nada!

Por ali ficou, enquanto os soldados se entretinham, fumando e chalaceando, até que, rente ao meio-dia, levando o arraial, voltou para Porto de Mós, uma vez que o caçador prolongava a caçada.

Afinal, a caçada era outra. José de Matos estava bem perto dali. Tão perto que viu tudo e algumas coisas ouviu. Obra de três metros além da janela-porta havia uma parede de pedra insossa, que extremava propriedades. Foi atrás dela que presenciara as cenas.

É que a “ti” Redonda e o “ti” Manuel Correia, tão bons madrugadores como dedicados amigos do casal, vizinho de paredes meias, tendo ouvido na rua, ainda muito cedo, um remexido que parecia feito diante da sua janela, foram ver. Foram ver e com que deram eles?… Com a tropa, ali mesmo!

Que é, que não é, a “ti” Redonda sentiu um baque no coração e lembrou-se, nem ela palpitou porquê, de que aquilo era capaz de ser coisa a implicar com vizinho.

Pensando assim, vai e previne-o. Nem precisou de deitar pé fora da porta. Na parede mestra, que separava as cozinhas de ambas as casas, tinham feito, por comum acordo, um buraco de comunicação, suficientemente grande, para realizarem através dele, a troca de pitéus culinários, fazer combinações… e até para dar notícias, como naquele dia!

Foi por ali que lhe passou o alerta, a tempo e horas muito azadas, para estudar a maneira de se pôr a salvo dos galfarros que o procuravam e de se rir deles. Uma ideia bem “caçada”!

Conforme José de Matos previra, “amanhã, a tropa é tão certa aí como Deus Nosso Senhor Jesus Cristo ter chagas”, no dia seguinte, a força militar lá estava, desde hora que ninguém sabia. A “ti” Redonda deu pela corda e lá voltou ela a cumprir o fadário do aviso. Desta feita, porém, o procurado resolveu não arranjar esconderijo. A razão que teve menos influência na decisão foi a certeza de que o oficial não deixaria de vigiar as traseiras, uma vez que lhe tinham mostrado a possibilidade duma escapadela por aquele ponto.

– “Quem não deve não teme, e eu não devo nada ao Estado, nem cinco reis furados”, rematou consigo.

E, no momento oportuno, ele próprio acudiu às matinais tranquetadas do oficial. A resposta foi abrir a porta, sem cuidar de pedir a identificação de quem estava para lá da soleira da porta. Bem demais sabia ele quem era o bicho.

Identifica-se logo a seguir:

– “É o sapateiro José de Matos?”, ouviu, mesmo antes da resposta, “considere-se preso e acompanhe-me a Porto de Mós.”

– “Preso!… Porquê?”

– “Isso é com o Senhor Administrador do Concelho.”

Vistos os autos e os factos, como estava em mangas de camisa, deitou mão ao último elemento da modesta farpela de uso diário e, com um “até logo” à mulher, seguiu debaixo de “tochas”, vendo o ar basbaque de uns e os apimentados comentários doutros, que sempre houve gente desta laia, para semelhantes ocasiões.

O interrogatório ficou para a parte da tarde mas ninguém se lembrou de que o preso tinha estômago, como todos os mortais!…

Entregue ao Administrador, é recebido por ele, como a praxe mandava, para honra e glória da autoridade… E abre-se a torneira das perguntas. De entrada, elas saíram num tom de que se pode afirmar que lhe cabe a classificação de “tem-te Maria, não caias”. Talvez por a conversa não levar aonde ele queria, perguntas e ordens passaram a ter muito de ameaça e alguma coisa de cansativo:

– “Que lhe disseram os Conspiradores? De que falavam eles uns com os outros, lá no moinho? Por ordem de quem estavam na Azóia?… Que ameaças faziam?… Quem os alimentava?… Veja lá se não diz a verdade toda… Sim! Que eu sei quase tudo o que se passou… Quero só ouvir a sua confirmação… Ora repita lá o que me contou há pouco a respeito dos outros Conspiradores que se apartaram dos que viu… Estou para ver se não diz as mesmas coisas…” E, por aí fora um nunca acabar de interrogativas e de afirmações, que só ele tinha feito ou pensado.

Muito depois de todos aqueles “tem-p’ra-trás, tem-p’ra-diante”, às vezes sem cabimento no eito da inquirição, o Administrador desata a escrever, a escrever, trabalho em que entremeava, com toda a habilidosa manha de que era capaz, a afirmação:

– “O senhor disse que isto e isto foi assim, ou assado…”

Ou esta outra:

– “Então já afirmou o contrário e, agora, vem com essa cantiga? Isto vai mal para si, está-me a ouvir? Muito mal, hein?!”

Finda a escrita, leu as declarações do preso, com forma literária que lhes deu. E, onde lhe convinha ou a coisa se prestava, com a interpretação dos factos que lhes introduziu, da sua lavra, mas, por conta e risco do declarante. Em presença da clara estragação feita nas respostas e enxertada na crónica do inquérito, o declarante reagia sempre, rectificando. Retorquia o Administrador, com o invariável e contrafeito:

– “Diz, então, o senhor que disse… ou que não disse…”

E riscava aqui, acrescentava ali, repetindo, a seguir, a correcção, ou seja, a discordância do depoente. Até que, chegou o momento de passar a limpo aquele auto de perguntas, a fim de ser competentemente assinado, depois da última leitura. Durante esta, ainda se registaram incidentes, por rigorosa falta de exactidão dos termos, denunciada pelo declarante, sempre que era caso disso, mas nunca emendada na escrita. O inquiridor aceitava as emendas, com o seu invariável “ou isso”, repetia as palavras do deponente, mas prosseguia a leitura, como se mais nada fosse preciso em consequência dos inauferíveis direitos da verdade conhecida por tal.

Ao sair da Administração do Concelho é que José de Matos viu que o sol já não batia na baixa de Porto de Mós. Das serras, montes e oiteiros que rodeiam a vila, descia a penumbra que se ia transformando em lusco-fusco declarado. Apesar disso, e não obstante sentir a barriga a dar horas, só permaneceu na vila o tempo que levou a sair dela.

Dava-lhe alentos para tudo isto a necessidade que sentia de tranquilizar a esposa que, legitimamente preocupada, repetiu, vezes sem conta, as idas ao largo da Rua de Cima, na baldada esperança de o ver surgir lá no fundo.

Consolava-o, também, o facto de não lhe malharem com os ossos na imunda prisão concelhia, que o arrepiava como instrumento de vingança e de injustiça declarada, no caso dele, pois fora ganhar a jorna, por insistente e empenhada solicitação de pessoa que andava a fazer grande e bajulador rapapé aos mandantes e capatazes da política republicana no Concelho.

Estrada acima, caminho de casa, fazendo e desfazendo as apertadas curvas do percurso, mesmo sem querer, ia chamando a capítulo as declarações que ouvira, no termo de Lisboa (quando, em rapaz, por lá andou na ceifa) aos propagandistas da República:

– “Enxada de prata para os cavadores, bacalhau a pataco, para toda a gente.”

Os homens, que foram a causa de todo este imenso e grave reboliço revolucionário, somavam o total de quatro. E os nomes deles eram os seguintes:

  1. Dr. Gaspar de Matos,
  2. Dr. Joaquim Maria Torreira de Sousa,
  3. António de Sousa Bento
  4. Joaquim Luís Ribeiro.

Nem mais um, nem menos um. Identificando-os profissionalmente, o primeiro tinha o lugar de Conservador Predial, o segundo, era funcionário superior de Finanças, ambos em Leiria; o terceiro exercia o cargo de Inspector Escolar no Círculo Escolar desta cidade e o último regia a cadeira de instrução primária no Reguengo do Fetal.

A estes, e só a estes, foi que José de Matos aviou com seus préstimos de sapateiro, no moinho do Maçadal, onde se acolheram, destroçada a aventura da Azóia.

É de José de Matos a conta e os nomes dos Conspiradores. Fê-la na Administração do Concelho, onde, também deu o rol das personagens.

E sempre disse o mesmo em todos os dias da sua vida.

Francisco Pereira Roque entregou comida aos quatro referidos. O mesmo fez o seu irmão Alípio Pereira Roque, nas vezes que alternou com ele na distribuição da comida, por motivos de segurança, para não dar nas vistas ser sempre a mesma pessoa a fazê-lo.

(História verídica,contada por Alfredo de Matos, 
que se passou com  seus pais José de Matos e Maria Amado)
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