Mundo Novo

Iniciou em 1978, a 20 de Novembro, a publicação do Jornal “Mundo Novo”, propriedade do Grupo de Jovens “Por Um Mundo Novo”, com redacção de Fernando Matos, José Augusto, Carlos Alberto, Paulo Correia e Felix Reis, e Grafismo de João Gabriel.

Jornal Mundo Novo Propriedade: Jovens "Por Um Mundo Novo" Redacção: Fernando Matos, José Augusto, Carlos Alberto, Paulo Correia e Felix Reis Grafismo: João Gabriel

Jornal Mundo Novo
Propriedade: Jovens “Por Um Mundo Novo”
Redacção: Fernando Matos, José Augusto, Carlos Alberto, Paulo Correia e Felix Reis
Grafismo: João Gabriel

Era um jornal policopiado, de publicação bimestral, que abordava assuntos de interesse para a população em geral, tais como politica, futebol e religião, mas que também divulgava histórias antigas que algumas pessoas com mais idade ainda se lembravam.

Página 6 do Jornal Mundo Novo - Ano III - Nº 13 Jornal Bimestral Out.Nov,/Dezembro 1981

Página 6 do Jornal Mundo Novo – Ano III – Nº 13 Jornal Bimestral Out.Nov,/Dezembro 1981

Uma das histórias que o Jornal “Mundo Novo” divulgou reporta-nos às Invasões Francesas, e foi contada por Maria Trindade Lucinda e Maria Celeste que recordaram o que ouviram dizer sobre a passagem e estadia dos soldados franceses nos Bouceiros.

Transcrita na íntegra, a narrativa reza assim:

“Conta-se que há muitos anos houve uma invasão das tropas francesas e estes lugares foram muito martirizados.

Os franceses vinham montados em cavalos, faziam-nos entrar para dentro das casas e punham-nos a comer dentro das arcas de milho e de trigo; enquanto os cavalos comiam, os soldados iam fazer uma busca à casa para verem se encontravam dinheiro ou oiro.

Se não encontrassem nada, castigavam as pessoas, principalmente as crianças, chegando mesmo a pendurá-las nas árvores para as obrigarem a dizer onde o tinham escondido.

As pessoas ficavam tão aterrorizadas com isto, que se viam obrigadas a esconder o dinheiro e o oiro em panelas de ferro ou de barro em sítios muito escondidos.

Essas panelas eram enterradas debaixo da terra em lugares nunca cultivados, outras debaixo de lages na serra e até dentro de algares ou lapas onde nunca pudessem ser encontradas.

Por isso se diz que algumas pessoas têm encontrado panelas com dinheiro ou oiro quando andam a demolir casas velhas, em pedreiras ou sítios desconhecidos.

Diz-se também que quando as pessoas sonham três vezes que em determinado sítio há um tesoiro, indo lá, encontram-no. Porém isto não se sabe se é verdade.

Na altura da invasão francesa até chegaram a apertar com um velhote para ele dizer onde tinha escondido o tesouro. Os franceses diziam para o velho:

– “Ou nos mostra, ou morrerá”.

O pobre do velho, tão cheio de medo, vendo que tinha de escolher entre morrer e ficar sem nada, revelou ter escondido o tesouro dentro de um algar.

Em seguida, levou até lá um soldado francês. O velho convidou o soldado a chegar-se à boca do algar para lhe dizer onde estava o tesouro. Ele, na ânsia de o apanhar quanto antes, chegou-se mesmo à beirinha dele. Mal o velho o pilhou neste jeito, dá-lhe um empurrão com quanta força tinha, dizendo:

“Vai, vai para o fundo! Por causa do tesouro, se acaba o teu mundo!””

Suplemento do Jornal Mundo Novo

Suplemento do Jornal Mundo Novo

Muitas outras histórias foram divulgadas no jornal “Mundo Novo”, cuja publicação terminou porque os jovens que o editavam seguiram as suas vidas e dispersaram-se, seguindo para a universidade e ingressando no mundo do trabalho.

As edições que foram impressas do jornal também se perderam no tempo, poderá no entanto existir ainda alguém que tenha guardado algum exemplar de recordação.

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