A Sua finalidade principal é promover a santificação de seus membros por meio da prática da caridade (vivência real do Evangelho). Prestar serviços aos que estiverem em dificuldades e levá-los a Deus sempre que possível.
A maior preocupação do seu fundador (Frédéric Antoine Ozanam) era o aprimoramento espiritual de seus participantes, sendo os assistidos os providenciais meios que Deus nos deu para isso.
O vicentino deve insistir na promoção integral do assistido, orientando-o no plano material, mas muito mais no plano espiritual, para levá-lo à participação no Reino de Deus.
A organização foi fundada em Paris em 23 de Abril de 1833, por um grupo de sete jovens universitários liderados por Frédéric Antoine Ozanam, estudante de Direito na Universidade de Sorbonne, um jovem na época com apenas 20 anos de idade.
A organização adoptou São Vicente de Paulo como patrono, inspirando-se no pensamento e na obra daquele santo, conhecido como o Pai da Caridade pela sua dedicação ao serviço dos pobres e dos infelizes. O lema da organização assenta na frase de São Vicente de Paulo: A caridade é inventiva até ao infinito.
A organização chegou a Portugal em 1859, por meio de um grupo de pessoas, sendo elas o Padre Sena de Freitas,o Padre Miel, o Conde de Aljezur, entre outros, fundaram a 1ª Conferência em Lisboa.
Em 1875 é fundada a 2ª Conferência no Funchal, na Paróquia de São Pedro.
Em 1877 é fundada a 3ª Conferência em Braga.
Em 1879 é fundada a 4ª Conferência no Porto.
Em 1887 é fundada a 1ª Conferência Feminina no Porto.
Em 1908 é fundado o Conselho Superior Masculino Português e posteriormente funda-se o Conselho Superior Feminino Português.
Em 1937 é fundada a Conferência de São Vicente de Paulo em Alqueidão da Serra.
Em 1970 juntaram-se alguns elementos femininos à Conferência de São Vicente de Paulo de Alqueidão da Serra.
Na década de 30 a grande maioria das pessoas do Alqueidão vivia com grandes dificuldades. Dedicavam-se à agricultura a à criação de gado.
As pessoas mais abastadas eram as que tinham as melhores terras de cultivo. Além disso só existia uma fábrica de sola no Caminho Velho, que era propriedade de Luís Raposo.
Vendo as grandes necessidades porque passavam algumas pessoas, os homens da Liga dos Homens da Acção Católica reuniram com o Padre Henrique Antunes Fernandes, na sede da Acção Católica, e todos acharam de extrema importância fundar a Conferência de São Vicente de Paulo na nossa Freguesia. Era dia 2 de Fevereiro de 1937.
Escolheram então para presidente o Sr. Francisco Correia, para secretário o Sr.Manuel de Matos, e para tesoureiro o senhor António da Costa Carreira.
Os restantes membros eram: Tiago Vieira Gomes, Manuel Laranjeiro, Carlos Vieira da Rosa, José Pereira Roque, João dos Reis Calvário, Manuel Vieira Gomes, António da Costa Bártolo, Francisco Pereira Roque e José Pedro Rasteiro.
Combinaram fazer reuniões quinzenais sempre com a assistência do Pároco.
Nas reuniões que iniciavam com uma oração, era sempre lido um pouco do manual de São Vicente de Paulo para instruir sobre os fins da conferência. Depois era lida a acta da reunião anterior.
Conversavam então sobre as necessidades das pessoas mais pobres e doentes, e decidiam a quem deveriam prestar auxilio.
Seguidamente o tesoureiro passava o saco pelos confrades, e cada um dava a sua esmola para os pobres.
Na 1ª reunião juntou-se a quantia de 44$00 (quarenta e quatro escudos) dinheiro que foi imediatamente distribuído pelos pobres.
Era nas reuniões que faziam de 15 em 15 dias que os confrades, juntavam o dinheiro para distribuir pelos pobres. Mas tarde outras pessoas se juntaram como sócios e pagavam uma quota mensal de 2$50.
Para comemorar 1º aniversário, no dia 2 de Fevereiro de 1938, os confrades fizeram um jantar para os pobres onde reuniram cerca de 30 pessoas.
A partir de 28 de Janeiro de 1945, a Conferência de São Vicente de Paulo deixou de ter actividade na freguesia.
Foi depois retomada em 29 de Junho de 1958, numa reunião na sala de reuniões da Igreja Paroquial com 12 membros efectivos. Foi eleito para Secretário o Sr. Francisco Correia. As reuniões passaram a ser realizadas no 1º e no 3º domingo de cada mês.
Todas as reuniões iniciavam com uma oração, era lido um pouco do livro “O Pão dos Pobres” do Padre Américo. Depois era lida e aprovada a acta de reunião anterior. Seguidamente conversavam sobre como resolver as necessidades dos pobres, passavam o saco para a recolha das esmolas e terminavam com uma oração de Acção de Graças.
No inicio da década de 70 um grupo de senhoras apresentou-se ao Sr. Padre Américo Ferreira e manifestaram vontade em formar uma Conferência feminina. Foi num domingo depois de terço. Logo a seguir teria lugar a habitual reunião da Conferencia de São Vicente de Paulo.
O Sr. Padre Américo Ferreira entendeu que isso seria óptimo e logo nessa altura decidiram formar uma Conferência mista.
Juntaram-se então à reunião dos homens da Conferência de São Vicente de Paulo os seguintes elementos femininos: Maria de Lurdes Amado Gabriel, Celeste Pereira dos Santos, Maria do Céu da Silva Vieira, Maria Encarnação Silva Gomes, Helena Carvalho e São Batata. Logo nessa reunião planearam os trabalhos que iriam fazer.
Inscreveram 50 pessoas que se comprometeram a ajudar com algum dinheiro por mês. Todos os meses ia uma vicentina com o saco recolher os donativos dessas pessoas.
Cada vicentina era responsável por visitar um grupo de doentes, todas as semanas, dando-lhes todo o apoio de que necessitavam.
Faziam cabazes pelo Natal, compostos de carne, azeite, farinha, queijo e leite, para distribuir pelos pobres.
Toda a gente recorda o excelente trabalho realizado pelas Senhoras da Conferencia de São Vicente de Paulo, em favor das pessoas mais carenciadas.
Visitavam os doentes e os pobres, apercebiam-se da realidade em que viviam, e ajudavam com o seu trabalho e dedicação.
Faziam limpezas e reparações nas casas muito pobres. Alimentavam e cuidavam da higiene das pessoas sozinhas e doentes. Davam-lhes os medicamentos. Ajudavam a tratar das reformas junto da Segurança Social. Intercediam junto da Assistência Social quando eram necessárias cadeiras de rodas, muletas, ou outras coisas que elas próprias não podiam comprar.
Festas de Natal
Quando queriam fazer a Festa de Natal para os mais pobres e não havia dinheiro, faziam tudo na mesma, ficando a dever todas as coisas que necessitavam comprar.
Depois escreviam cartas pedindo donativos a algumas empresas, e também Instituições como o Governo Civil de Leiria, a Cáritas, O Ministério da Segurança Social, etc. Todas as cartas eram respondidas e traziam valores suficientes para pagar as despesas da Festa de Natal.
Estas instituições continuaram a ajudar a Conferência de São Vicente de Paulo ao longo dos anos sguintes.
A Segurança Social ofereceu cadeiras de rodas, camas para pessoas que estavam a dormir no chão, muletas, etc
O Sr. João Carvalho de Matos na altura residente em Fátima, e gerente da empresa Masal, Matos & Santos Lda, foi também um grande benfeitor da Conferência de São Vicente de Paulo.
O Dia do Doente
As vicentinas iam a casa dos doentes para os convencer a participar no Dia do Doente e faziam de tudo para que todos os doentes viessem à missa e ao convívio.
Pediam ao Santuário de Fátima as macas e cadeiras de rodas. Pediam às empresas que tinham carrinhas para transportar os seus trabalhadores, que as emprestavam para transportar os doentes nesse dia. As famílias também se empenhavam no transporte e acompanhamento dos seus doentes.Toda a freguesia era envolvida na preparação deste dia.
Todos se reuniam para assistir à Santa Missa. Seguidamente havia um lanche e um convívio em que os doentes tinham a oportunidade de conversar com pessoas que já não viam há imenso tempo.
Acolhimento ao Peregrinos no dia 13 de Maio
Começavam dia 11. Colocavam colchões no chão da casa de São José, para os peregrinos descansarem um pouco. Faziam caldo verde, chá e café. Lavavam e tratavam dos pés dos peregrinos para que estes pudessem continuar o seu caminho até Fátima, um pouco mais confortados.
Na década de 70 a Conferência de São Vicente de Paulo desenvolveu um trabalho de extrema importância a favor das pessoas mais pobres desta freguesia.
Desde o final da década de 80 que não se regista nesta freguesia, qualquer actividade significativa da Conferencia de São Vicente de Paulo, continuando sem dúvida, a existir pessoas carenciadas, idosas e sozinhas a necessitar de apoio.
Fontes: Wikypedia; Testemunho de uma vicentina.