Foi na primavera de 1960 que começaram a ser colocados os postes para o fornecimento de energia eléctrica, deixando na população aquela ansiedade de experimentar uma situação completamente nova, deixando para trás as velas e as candeias de azeite.
Foi construída a Cabine no centro da aldeia, e fizeram-se as ligações para o abastecimento das casas.
Para colocar as luzes e as fichas dentro das casas viveram dois electricistas do Reguengo do Fetal. Um deles tinha a alcunha “Caga Lérias” e o outro chamava-se Agapito.
Estes sócios tinham zaragatas e discussões bastante aparatosas por causa da distribuição do trabalho, mas lá acabavam por cumprir o seu dever.
Aproveitaram até para vender alguns rádios eléctricos a algumas pessoas, o que acabou com a audiência que costumava ter o único rádio a pilhas que existia na Casa da Sociedade, onde o pessoal se juntava para ouvir as transmissões das cerimónias de Fátima.
No dia em que a electricidade alimentou pela primeira vês as tomadas das casas dos Alqueidoenses, fez-se uma grande festa na antiga Escola Primária (sitio da actual Casa do Povo).
O Sr. Paulo Amado e o Sr. Padre Américo, discursaram na presença dos membros da Junta de Freguesia de então, que era constituída por Carlos Vieira da Rosa (presidente), Francisco Patrão e José Bartolomeu Frazão (conhecido por Zé Frazãozico), e na presença do Presidente da Câmara que era o Dr. Cruz de Mira de Aire.
No momento em que as luzes se acenderam e os rádios tocaram pela primeira vez, foram lançados morteiros e houve até quem se comovesse até à lágrimas.
Depois do copo d’água oferecido à autoridades, o Padre Américo fez questão de levar a presidente da Câmara a passear pelas ruas em direcção à Igreja, a fim de lhe mostrar a bela iluminação desta, e o lindíssimo lustre iluminado pela primeira vez.
Entretanto algumas pessoas deram conta de que em suas casas nem as lâmpadas acendiam nem os rádios funcionavam, devido a instalações mal feitas, o que resultou numa grande procura ao Caga-Lérias e ao Agapito.
Passaram os anos, a electricidade tornou-se indispensável para garantir a qualidade de vida das pessoas, e o Alqueidão passou a ter um papel importante na produção de energia eléctrica.
Depois de alguns anos de medições da força do vento, e de estudos de impacto ambiental, teve início a construção do Parque Eólico do Chão Falcão que ficou concluído em 2005.
No início do funcionamento do Parque Eólico houve grande polémica por causa da repartição dos 2,5% dos rendimentos anuais, o que originou um processo em tribunal, mas a decisão não foi favorável a esta freguesia.
A Junta de Freguesia recebeu uma verba nos primeiros cinco anos, mas durante o restante período de 20 anos de concessão, a percentagem nos proveitos do parque eólico instalado nesta freguesia, vai toda para a Câmara Municipal de Porto de Mós.
A Junta de Freguesia ficou com um orçamento insuficiente para responder às necessidades da população.
Continuando a apostar nas energias alternativas
Numa entrevista publicada no Jornal “O Portomosense” de 24 de Abril de 2013 o presidente da Junta de Freguesia, Rui Marto, afirmou que vai avançar com um projecto de microgeração.
O equipamento para a produção de energia eléctrica a partir da energia solar será instalado no antigo edifício sede da Junta de Freguesia, que actualmente está a ser usado pelo Coral Calçada Romana.