Já em 1890 se fazia a festa do mês de Maria, que era anual, e em Maio. Era então pároco o Revº Padre Manuel Afonso e Silva.
Depois das aparições de Fátima, o mês de Maria começa a ser vivido com mais intensidade. As raparigas cuidavam dos arranjos de flores. Todos os dias iam à Igreja com as suas ofertas de flores: Açafates com arcos feitos de pau de figueira formavam lindas ofertas de flores do campo: cachuchos, maias, rosas, papoilas e outras.
Todas as zonas se organizavam, procurando cada uma ser a melhor. Levavam bandeiras feitas por elas próprias. Eram de pano branco, com pagelas alusivas e coladas com farinha de trigo amassada.
Cantavam cânticos, simples, sem pretensões poéticas, mas para elas bastante significativos, por exemplo:
Vamos ao botão de rosa apanhar lindas flores p’ra fazer um ramalhete para a mãe dos pecadores Caminhemos para a Senhora Com as nossas flores abertas está a chegar o dia de entregar as ofertas Não chegueis ao adro sagrado Sem a maior devoção Rezemos um Pai-Nosso Pelas almas que lá estão. Ao entrar não receeis na casa de oração Oferecer as ofertas Ao divino coração Na Santa casa entremos Onde está São José O Divino Sacramento E Nossa Senhora ao pé Aqui tendes ó Maria esta oferta de flores apanhadas pelos campos pela mão dos pecadores Aqui estou Virgem Senhora Já contrito, na verdade pedindo misericórdia perdão, perdão, piedade Da Santa casa me vou Virgem Maria Sagrada onde está o cálice bento e a hóstia consagrada.
Mais tarde, por volta dos anos 50, as ofertas de flores eram feitas pelas crianças, só ao Domingo, e eram também feitas ofertas de géneros e bens da terra. Era feito um leilão dos produtos oferecidos e as flores eram colocadas numa rede e ficavam a ornamentar o altar de Nossa Senhora.
Anos mais tarde, para além das ofertas e do leilão havia a grande procissão com a imagem de Nossa Senhora, que se fazia de noite, com velas, pelas ruas iluminadas com cascas de caracóis acesas com azeite.
Depois a Procissão começou a ser organizada logo a seguir à missa do Domingo, com a imagem de Nossa Senhora, a banda filarmónica, os andores de bolos e cavacas e as outras ofertas.
Depois a grande festa em honra de Nossa Senhora do Rosário passou a ser feita no 1º domingo de Setembro. Para a procissão enfeitavam-se as ruas, colocavam-se colchas nas janelas, e as crianças corriam para os sítios mais altos e atiravam pétalas de rosas para cima do andor que levava a imagem de Nossa Senhora.
Durante a tarde havia musica e a quermesse e vendiam-se os bolos e as cavacas dos andores.
Actualmente a festa realiza-se no mês de Agosto, e ainda hoje é, a maior festa da aldeia.