1970
O Pároco e a Junta de Freguesia decidiram fazer neste dia as comemorações centenárias do levantamento do Alqueidão da Serra ao plano de Freguesia.
O programa oficial constou do seguinte:
Cerca das 14 horas, o Pároco e entidades oficiais da Freguesia e parte da população, receberam solenemente na Valicova, os excelentíssimos senhores Governador Civil, Bispo Auxiliar, Deputados pelo Circulo, Presidente, Vice-Presidente e Vereadores da Câmara de Porto de Mós, Presidentes dos Municípios de Leiria e Batalha, Presidentes das Juntas de Freguesia e Pároco de Porto de Mós e Reguengo do Fetal, Autoridades Militares e Judiciais e entidades Escolares concelhias e distritais.
Feitos os cumprimentos, organizou-se um extenso cortejo, precedido por dezenas de motoristas e de motociclistas a caminho da sede da Paróquia, em cuja igreja paroquial foi celebrada missa de acção de graças solenizada, com a participação do grupo coral da Freguesia.
Durante esta cerimónia religiosa, celebrada pelo Bispo Auxiliar de Leiria D. Domingos de Pinho Brandão, o celebrante falou sobre o significado exacto destas comemorações, associando-se ao intenso júbilo da população que encheu completamente a igreja.
Daqui, em procissão, foi feita uma visita ao cemitério onde o Senhor D. Domingos voltou a usar da palavra, terminando com piedosos sufrágios em favor de todos os que ali repousam.
Com isto, chegou-se a oportunidade de inaugurar a exposição documental feita na capela da Senhora da Tojeirinha, sob a orientação do Pároco e de Francisco Jorge Furriel. Nela se encontravam muitas peças paleontológicas e arqueológicas encontradas na Freguesia no decorrer dos tempos. Eram objectos diferentes de serventia geral tais como vestuário, alfaias agrícolas, boiças, moedas, armas de defesa e caça, dobadoiras, algumas contas das que se fabricaram no Alqueidão, louça de cozinha, livros, pesos, etc.
E a seguir falou-se um pouco sobre a história do Alqueidão. Num palco armado debaixo do freixo do adro tomaram assento as entidades já referidas. Aí, perante o Povo que pôde assistir, e foi muito, o Pároco abriu a sessão solene, que decorreu sob presidência do Governador Civil, ladeado por D. Domingos de Pinho Brandão e pelo deputado Tomás de Oliveira Dias.
Seguiu-se a inauguração das lápides com os nomes dos filhos, naturais e adoptivos, do Alqueidão que passam a honrar algumas das ruas locais. P.e Júlio Pereira Roque, Comandante Afonso Vieira Dionísio, Fiscal Costa e P.e Manuel Afonso e Silva. Na devida altura os titulares das ruas foram evocados, respectivamente, pelo Rev.º Cónego José Galamba de Oliveira, Alfredo de Matos, Eng.º José Manuel Amado Pereira da Silva e Fernando da Silva Carvalho.
Foram também inauguradas lápides com os nomes de Rua de Porto de Mós e de Rua do Reguengo do Fetal.
Houve, ainda a inauguração da iluminação do adro, a iluminação do Cruzeiro dos Centenários e a iluminação do Campo de Jogos na Chã.
Na mesma oportunidade inaugurou-se oficialmente a estrada Carreirancha – Bouceiros, cujo alcatroamento chegava nessa altura à Portela Onde Morreu o Cavalo, estando, porém, a terraplanagem acabada até aos Bouceiros.
Procedeu-se por fim à inauguração do monumento que ficou a materializar a memória desta celebração.
À noite, foi servido um jantar na Cantina Escolar. Participaram nele todos os convidados para as comemorações que mantiveram com o Povo o mais alegre e são convívio.
O Alqueidanense João de Matos (dono da Masal-Matos & Santos, Lda), teve a ideia de mandar cunhar algumas moedas comemorativas, que depois fez distribuir pelos participantes. As moedas consagram e perpetuam no metal o acto solene destas Comemorações.
A Radiotelevisão Portuguesa acompanhou o desenrolar das cerimónias e, dias depois, fez passar um pequeno filme, com vários apontamentos da reportagem. Lamentável é que nem o Arquivo da Junta nem Arquivo Paroquial tivessem ficado uma cópia.