1966
Neste dia foi inaugurado o edifício escolar com quatro salas de aula e a respectiva Cantina, e também as calçadas nos seguintes locais:
- A calçada em frente à residência paroquial;
- A calçada da rua Padre Júlio Pereira Roque;
- A a calçada da Rua Comandante Afonso Vieira Dionísio;
- A Aceguia Castelhana
- A a rua de acesso escola.
A cerimónia de inauguração da Escola Nova contou com a presença do Ministro das Obras Públicas, Eng.º Arantes e Oliveira.
Aqui iniciou o nosso percurso escolar. No principio só até à quarta classe, e depois disso, os que pretendiam continuar os estudos saiam para frequentar outros estabelecimentos de ensino. A partir de 1972 os estudos já se prolongavam até à Telescola.
As aulas na Escola Nova
Nas salas de aula, por cima do quadro negro havia um crucifixo e uma fotografia de Salazar e outra de Marcelo Caetano.
Rapazes e raparigas frequentavam salas diferentes, não existiam turmas mistas e o recreio era separado por um muro. As carteiras eram de madeira com os bancos pegados.
Os alunos tinham que usar bata branca, e rezar as habituais orações antes de iniciar a aula. As disciplinas eram a Matemática, Historia, Língua Portuguesa; Geografia, Ciências e Religião e Moral.
Muitas raparigas não iam à escola, porque os pais achavam que não era preciso elas saberem ler e escrever. Elas só precisavam aprender a cuidar da casa, para se serem boas esposas e saber cuidar e educar os filhos.
Era obrigatório saber a tabuada de cor e salteada, e também o nome de todos os rios, serras e estações de linhas de caminhos-de-ferro portugueses, porque se aqui falhasse alguma coisa lá estava aquela pesada régua de madeira a postos para nos arrasar as mãos.
Quando se queria ir à casa-de-banho, pedia-se para “ir lá fora”.
Ninguém escapava ao óleo de fígado de bacalhau, aquela mistela horrível que nos obrigavam a beber e que não sabíamos para que é que servia.