Antigamente no dia 1 de Janeiro de cada ano tinha lugar a festa em honra de São Silvestre, na Capela de Nossa Senhora da Tojeirinha, à volta da qual os animais eram levados para darem 3 voltas à Capela e depois eram benzidos pelo pároco da freguesia, numa cerimónia solene no exterior da Capela. Seguia-se a tradicional venda de pinhões.
Durante todo o ano, os animais eram uma preciosa ajuda nos trabalhos do campo. Os bois puxavam o arado na altura de lavrar a terra, e em muitos outros trabalhos.
Os burros carregavam todo o tipo de produtos da terra, alfaias agrícolas, água, pessoas, e ainda faziam a debulha, dando voltas e mais voltas na eira até se separar a palha dos cereais.
Como não existiam estradas de acesso aos campos agrícolas, e alguns deles situavam-se bem longe da aldeia, os burros circulavam facilmente por qualquer caminho.
Ir à Capela de Nossa Senhora da Tojeirinha benzer os animais no ínicio de cada ano, era uma tradição com grande significado para as pessoas da aldeia.
Aos poucos a força dos animais foi sendo substituída por máquinas e os animais deixaram de ser necessários para os trabalhos agrícolas, que também foram diminuindo, uma vez que as pessoas se dedicaram a outras actividades. No entanto a tradição mantêm-se até aos dias de hoje.
Neste novo ano de 2014 a santa missa do dia 1 de Janeiro foi celebrada pelo padre José Frazão Correia e pelo Padre Manuel. Na homilia o Padre Frazão salientou que Deus quis nascer como qualquer um de nós para poder estar presente nas nossas coisas, e que não é preciso abandonar nada para estar perto de Deus. Ele está na nossa família, no nosso trabalho e nas coisas que usamos todos os dias.
Logo de seguida se organizou a tradicional procissão até à Capela de Nossa Senhora da Tojeirinha, onde o sacerdote invocou a benção de Deus para toda a Natureza e para as pessoas presentes.
Seguiu-se a tradicional venda dos pinhões.