O Partido Revolucionário do Proletariado foi um partido político português nascido na clandestinidade em 1973. Entre 1975 e 1979 o PRP desenvolveu actividade clandestina através das suas Brigadas Revolucionárias, que estiveram envolvidas em actividades de “recuperação de fundos” (através de assaltos a bancos e repartições da fazenda pública) e colocação de engenhos explosivos.
Estas actividades deram origem ao chamado “Caso PRP”, que terminou com a condenação de vários dos envolvidos, incluindo dos dirigentes Carlos Antunes, Pedro Goulart e Isabel do Carmo. Também reivindicada pelas BR (Brigadas Revolucionárias) do PRP foi a execução, em Novembro de 1979, de José Plácido, ex-militante da Marinha Grande, por delação e alegada corrupção (apropriação pessoal de fundos do partido, oriundos dos assaltos). Um importante grupo de militantes do PRP e das BR acabou por fundar, já nos anos 80, as FP-25. (fonte Wikipédia).
Um elemento do PRP, natural de Alqueidão da Serra, enquanto se encontrava detido nos calabouços da Policia Judiciária do Porto, foi entrevistado pelo jornalista Jorge Fiel, a quem contou a sua história, que foi posteriormente publicada no jornal “O Comércio do Porto” no ano de 1982, e que a seguir se transcreve.
Colaborou com a Polícia e é o único militante preso
“Frankin que completa hoje 50 meses de prisão, é o único dos presos do caso PRP que ainda não se encontra em liberdade, mau grado o facto de ter colaborado com a polícia e ter falado durante os interrogatórios. Daí que Franklin pense que está a ser perseguido, tanto mais que os outros militantes do PRP já estão em liberdade, nomeadamente os responsáveis máximos da organização: Isabel do Carmo e Carlos Antunes.
“Cerca de 550 dias após a minha prisão, durante uma reunião em Lisboa em que estavam presentes o major Bernardo Lencastre, o inspector Marques Monteiro, ambos da PJ, e outros dissidentes do PRP – o Dinis Lucas , o Plácido (que foi posteriormente morto pelas FP-25) e o Pinto Balsemão (que é primo do actual Primeiro Ministro) – foi-nos prometido que assim que houvesse Governo estável, seria feita uma Lei anti-terrorista que poria em liberdade todos os que colaborassem com a polícia. Se a Lei falhasse, garantiu-nos o major Bernardo Lencastre, assim que fossemos julgados o presidente Eanes indultava-nos as penas”. Contou-nos Francklin que se encontra preso desde 20 de Julho de 1978, nas prisões privativas da PJ no Porto.
A verdade é que Francklin, de 30 anos, natural de Alqueidão da Serra continua preso, apesar da Lei antiterrorista posteriormente aprovada prometer a liberdade a todos os detidos que colaborassem com as autoridades, apesar dos Decretos 8 e 9/82, apesar da reunião citada ter sido gravada para ser ouvida pelo general Eanes, apesar de todos os apesares.
“Se a PJ do Porto me tem dado toda a protecção, não é pelos meus lindos olhos. A PJ não tem nada contra mim, têm-me tratado muito bem aqui e têm velado pela minha segurança. Só ainda não me puseram na rua porque não têm poderes para isso”, continuou o Franklin visivelmente agastado com os tribunais, o Presidente da Republica e o Ministério da Justiça.
” Já usufrui das saídas precárias, a ultima das quais depois de ter passado o meio da pena, e com o processo de pedido de liberdade condicional pronto. Voltei das duas vezes que saí e não tenho nenhum processo pendente. Porque é que não me concedem a liberdade condicional?” Interroga-se Franklin a quem ainda faltam 15 meses de prisão para cumprir, no caso de quem de direito não cumprir as leis e o que prometeram.
“Se fosse hoje tinha ficado calado e não colaborava com a policia” confiou-nos arrependido o Franklin adiantando que o conceito que possui sobre a justiça em Portugal, é péssimo.
Primeiro porque continua preso quando todos os outros já saíram, depois porque, por ter confessado e colaborado com a policia tem a cabeça posta a prémio pelos seus ex-camaradas que agora integram as FP-25 e que durante um “julgamento revolucionário” já decidiram a sua execução.
E a verdade é que as FP-25 – constituídas em parte por antigos militantes do PRP-BR que não foram presos e mergulharam na clandestinidade – já cumpriram um dos seus veredictos ao “tirarem a tosse” a Plácido, um dos ex-militantes do PRP que falou na prisão.
“É evidente que depois de sair da prisão não posso continuar neste país. Quero morrer velho e de morte natural, e não é novidade para ninguém que ao tornar-me dissidente fiquei com a cabeça a prémio”.
Este o outro dos dramas do Franklin que também neste particular, se queixa amargamente da falta de apoio por parte das autoridades, nomeadamente do Ministério da Justiça.
“Assim que vier o mandado de soltura tenho que sair do país e lançar-me à aventura. Não sei se vou para o Brasil, para França ou para África, mas o que tenho é que sair do país se quiser continuar a viver”.
Franklin compreende a fatalidade deste seu destino e a pena de morte ditada contra ele pelos seus ex-camaradas.
“Seria um péssimo exemplo para os actuais militantes das FP-25 verem que um “traidor” tinha falado na policia, e se mantinha impune depois deste acto. Além de abanar a sua disciplina interna era um atentado permanente contra a segurança das FP-25 eu andar em liberdade no país, pois a qualquer momento, em qualquer esquina, podia encontar e reconhecer um dos seus militantes, e eles não se arriscam a este ponto. Conheço muitas caras”.
Decidido a mudar de país no exacto momento em que for libertado, Franklin fala com um certo desdém do tão falado apoio aos ex-presidiários, sempre na boca dos responsáveis do Ministério da Justiça.
“Se pudesse ficar no país não precisava de apoio nenhum porque o meu irmão montou umas indústria e propôs-me sociedade, e eu próprio podia voltar para a pedreira em Alqueidão da Serra, onde podia, à vontade, tirar uns 30 contos por mês”.
O problema é que Franklin não pode ficar no país, e tem que encontrar no estrangeiro “um buraco aonde se meter” para poder morrer velho e de morte natural.
“Tenho de me lançar à aventura sem nenhum apoio. Até parece que querem que eu continue com práticas ilegais para me desenrascar na vida. E esta não é a vida que eu quero seguir. Se quisesse manter-me na ilegalidade não tinha regressado quando me concederam as saídas precárias”. Concluiu Franklin.”
O tal de ROBIN DOS BOSQUES parece que roubava ricos para dar aos pobres CAUSA JUSTA portanto ou seja para as DESPESAS de uma causa justa, mas quando SE ROUBA AOS POBRES E AOS QUE PAGAM IMPOSTOS esses neste país ás vezes até são CONDECORADOS força FRANFLIM para mim tá tudo bem ok ??
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Franklin Silvestre, eu sempre serei teu amigo pà
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Não estou a ver quem és, e só estou a ter acesso a isto agora que já estamos quase a meio de Dezembro … Quase seis meses depois: OBRIGADO … sejas qual for o Rogério … porque ter amigos é um privilégio.
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