Cantiga de Milú no filme português “O Costa do Castelo”
A Minha Casinha
A versão cantada pelos jovens do Alqueidão na década de 40:
Meu Doce Lar
- As saudades que eu já tinha
- da minha alegra casinha
- com pulgas a saltitar….
- Baratas e aranhões
- Percevejos nos colchões
- e sapos no patamar
- É tanto tanto o conforto
- que eu à noite meio morto
- quando vou pra me deitar
- toda aquela bicharada
- corre alegre e apressada
- ao meu corpinho chupar.
- Os ricos podem gozar-se de limpeza e alegria
- Porém cá no meu lar, há só porcaria.
- De manhã salto da cama
- ao som dos pregões de Alfama
- Trato de me levantar
- Porque o Sol, meu namorado,
- Rompe as frestas do telhado
- E a sorrir vem me acordar.
- Vou a correr à cozinha
- para comer meia sardinha
- Sem ter lenha para assar
- Vou junto da cantareira
- Procurar na cafeteira
- Água para me lavar.
- De manhã ao levantar
- fartinho de me coçar
- E sem ter pregado olho
- A vizinha Manuela
- Despeja o penico dela
- Mesmo em frente à minha janela
- Fico todo satisfeito
- Alegre são e escorreito
- Dizendo bem da vizinha
- Estou longo tempo a pensar
- Nestas belezas sem par
- Da minha linda casinha.
A versão original cantada por Milú em 1943
Da autoria de Silva Tavares e música de António Melo, cantada por Milú no filme “Costa do Castelo”.
A letra original
Que saudades eu já tinha
Da minha alegre casinha
Tão modesta como eu
Como é bom meu Deus morar
Assim num primeiro andar
A contar vindo do céuO meu quarto lembra um ninho
E o seu tecto é tão baixinho
Que eu ao ir p’ra me deitar
Abro a porta em tom discreto
Digo sempre senhor tecto
Por favor deixe-me entrarTudo podem ter os nobres
Ou os ricos de algum dia
Mas quase sempre o lar dos pobres …
Tem mais alegriaDe manhã salto da cama
E ao som dos pregões de Alfama
Trato de me levantar
Porque o Sol meu namorado
Rompe as frestas do telhado
E a sorrir vem me acordarCorro então toda ladina
Minha casa pequenina
Bem dizendo o solo cristão
Deitar cedo e cedo erguer
Dá saúde e faz crescer
Diz o povo e tem razãoTudo podem ter os nobres
Ou os ricos de algum dia
Mas quase sempre o lar dos pobres
Tem mais alegria.
A versão dos Xutos e Pontapés
Na década de 80 os Xutos e Pontapés deram uma nova roupagem a esta música histórica.
A Letra da autoria dos Xutos e Pontapés
As saudades que eu já tinha
Da minha alegre casinha
Tão modesta quanto eu.
Meu deus como é bom morar
Modesto primeiro andar
A contar vindo do céu.As saudades que eu já tinha
Da minha alegre casinha
Tão modesta quanto eu.Meu deus como é bom morar
Modesto primeiro andar
A contar vindo do céu.As saudades que eu já tinha
Da minha alegre casinha
Tão modesta quanto eu.Meu deus como é bom morar
Modesto primeiro andar
A contar vindo do céu.La ra la la la la la la
La ra la la la la la laAs saudades que eu já tinha
Da minha alegre casinha
Tão modesta quanto eu.Meu Deus como é bom morar
Modesto primeiro andar
A contar vindo do céu.…do céu,
…do céu,
…do céu.
A versão dos Metálica
Em 2 de Fevereiro de 2018, os Metálica, (banda norte-americana) no concerto em Lisboa, na Altice Arena, tocaram “A minha Casinha” em homenagem a Zé Pedro dos “Chutos e Pontapés”, que faleceu em 30 de novembro de 2017