UM PONTO DE SITUAÇÃO
Sem o conhecimento da patroa, a Condessa Clementina Libânio Pinto Leite, Jupéro colaborou desde o primeiro número com o semanário “O Mensageiro” a convite do padre Ferreira de Lacerda e logo no número inaugural faz o balanço da campanha que agora parecia ganhar novo folgo:
“Um Alvitre”. Foi há 10 anos! (…) O que foi essa memorável e gloriosa campanha está na memória e todos.
O grito patriótico ecoou em todo o distrito, e, dentro em breve, todas as classes tomavam a peito esta causa que veio significar que as energias vitais do mesmo distrito eram um valor com que se devia contar na justa reivindicação dum direito.
Não é sem emoção que recordo a vinda, a Lisboa, da grande comissão em que tomaram parte os representantes em cortes do círculo, os chefes políticos, os presidentes e delegados das várias associações leirienses, clero na quase totalidade, muitos e tudo quanto no distrito havia de distinto e nobre, elementos populares, todos unidos numa comunhão de sentimentos e aspirações que só esta grande Causa seria capaz de unir! (…)
Depois… veio o malogro dos nossos esforços! Ainda é cedo para narrar a causa verdadeira deste insucesso! Parce sepultis! (Perdoa aos mortos!) Um dia, porém, há de vir a público toda a história desta campanha patriótico-religiosa que, agora, Deus louvado, há de ser levada a bom termo. As peias civis, que eram inevitáveis no sistema concordatário, desapareceram. “
Na convulsão legal gerada pela lei republicana da separação de poderes, Jupéro vê uma forma, uma oportunidade jurídica, de levar por diante a sua missão de restaurar a diocese de Leiria.
(O autor destes textos, João Amado Gabriel, é sobrinho bisneto do Padre Júlio Pereira Roque. É jornalista e exerce funções de repórter de imagem na TVI.)