Padre Júlio Pereira Roque

Nasceu em Alqueidão da Serra no dia 27 de Maio de 1876, era filho de José Pereira Roque e Maria do Rosário. Tinha 4 irmãos: Águeda de Jesus Roque, Albina de Jesus, Maria Amado, Francisco Pereira Roque e Alípio Pereira Roque.

Frequentou o Seminário de Santarém, donde saiu sacerdote, para coadjutor de Porto de Mós, onde era pároco o Revº.Padre Joaquim Vieira da Rosa, outro nome ilustre de Alqueidão da Serra.

Dividindo o seu tempo entre as obrigações do ministério (que exerceu em diversos lugares), e a luta pelos seus ideais religiosos, políticos e regionais, a doença atinge-o de forma particularmente cruel a partir de 1921.

Segundo o seu grande amigo e companheiro de luta, Revº.Padre José Ferreira de Lacerda, teriam contribuído para a doença do Padre Júlio Pereira Roque os acontecimentos do “Dezanove de Outubro“: uma revolução que ficou célebre particularmente pelos crimes que à sombra dela se cometeram, em Lisboa e em Leiria.

Faleceu pelas 18 horas do dia 18 de Outubro de 1928, sem ver realizado o seu último anseio de leiriense, que era o caminho de ferro entre a Nazaré e Tomar, ligando Alcobaça, Batalha, Leiria, Fátima e Vila Nova de Ourém, ainda que dias antes o tivessem sobressaltado com a noticia de que tudo corrida segundo os seus desejos.

O Jornalista

“O Padre Júlio Pereira Roque, com o pseudónimo de JUPÉRO aplicou com vigor único a pena na propaganda da causa pela Restauração do Bispado de Leiria.

JUPÉRO lutou desde a sua juventude, e não abandonou nunca nenhum dos seus ideais. 

O Padre Júlio Pereira Roque foi o primeiro grande jornalista de Leiria:

  • Primeiro, não só pelo muito que batalhou na imprensa, mas sobretudo pela dignidade com que o fez.
  • A segunda tentativa de restauração do Bispado de Leiria deve-se ao Padre Júlio Pereira Roque, que o usou o pseudónimo jornalístico de Jupéro.”
                                                                Jornal “A Voz do Domingo de 17/10/1976
 

No nº243 de “O Portomosense ” de 21 de Novembro de 1903 , o padre Júlio publicou sob o título “Um Alvitre – O Bispado de Leiria”, um notável artigo pró-restauração, sugerido pela recente sagração do Arcebispo de Mitilene, D. José Alves de Matos.

O Padre Júlio Pereira Roque foi também redator do Jornal “O Mensageiro”, nos anos de 1915 e 1916. 

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HOMENAGENS

O Jornal “O Mensageiro” de 4 de Outubro de 2012, no artigo publicado na página 5 com o titulo “Evocando Jupéro, Sacerdote e Jornalista“,  refere que Júlio Pereira Roque foi o braço direito do fundador do referido jornal.

Luciano Coelho Cristino, no seu livro “A Diocese de Leiria-Fátima” escreveu:

O  Padre  Júlio  Pereira  Roque,  ardoroso  jornalista, mais  conhecido  pelo  pseudónimo  de Jupero (1876-1928),  a  propósito  da  sagração episcopal de um ilustre leiriense, D. José Alves de Matos, arcebispo de Mitilene, abriu, no jornal  “O  Portomosense”,  de  21  de  Setembro de  1903, uma  campanha  entusiasta,  com um título, que, já por si, dizia tudo: Um alvitre – O Bispado de Leiria. O grito com que terminava, incendiou os ânimos dos Leirienses e despertou  o  país  inteiro  para  a  injustiça  que  tinha sido  a  extinção  da  Diocese  leiriense, e para a urgência de a reparar:  “Avante, pois,  e não descansemos;  lutemos  com  perseverança, lutemos unidos que havemos de ter a vitória”. Os ecos dessa campanha ainda se ouviram nos gabinetes governamentais e até junto do trono do rei. Mas  estava-se  precisamente  na  agonia  do regime monárquico. As promessas –  se  é que foram feitas com sinceridade – depressa foram esquecidas. Dois anos depois, já ninguém falava no assunto. O Padre José Ferreira de Lacerda (1881-1971), seguindo as pisadas de Vitorino Araújo, obtendo a preciosa  colaboração de Jupero e nunca se  vergando perante  as dificuldades,  encetou uma derradeira batalha em 1913. Por ocasião do falecimento  do  bispo  de Coimbra, D. Manuel de Bastos Pina, e considerando que a Lei da  Separação  de  1911,  se  tinha  prejudicado gravemente  a Igreja  em  Portugal,  também  a libertara  de  certas  peias,  deu  novo  sinal  de arrancada  para  atingir  o  objectivo,  sempre desejado  pelos  Leirienses:  “Ressuscitemos  o nosso antigo bispado! ”. Os obstáculos e os entraves foram muitos, mas o  ardor  combativo  dos  que  se  associaram  de alma e coração, nessa luta – e foram muitíssimos – foi felizmente coroado de êxito, ao fim de cinco anos.”

A Junta de Freguesia do Alqueidão da Serra, para perpetuar a memória do Padre Júlio Pereira Roque deu o seu nome à rua onde se encontrava a casa onde ele viveu.

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