Américo Ferreira nasceu no dia 25 de Janeiro de 1933 no Tojal, um lugar que pertence à freguesia de Vermoil no concelho de Pombal.
Tinha 12 anos de idade quando entrou para o seminário de Leiria, e terminou o curso de Teologia em Junho de 1956.
Ainda no ano de 1956, a 12 de Agosto, foi ordenado presbítero por D. João Pereira Venâncio, e em seguida foi nomeado coadjutor da freguesia da Freixianda.
No ano seguinte passou a ser o pároco de Alqueidão da Serra.
Ficou até 1971. Contribuiu largamente para o desenvolvimento desta terra, envolvendo-se por vezes com os responsáveis políticos afim de criar melhores condições de vida para as pessoas.
Esteve sempre ao lado do Major apoiando-o na sua luta para conseguir com que fossem feitas as estradas que nos ligam aos locais mais distantes da freguesia, e caminhos de acesso aos terrenos agrícolas para facilitar a vida do dia a dia.
A ele se devem também as grandes modificações no interior da igreja paroquial, que incluíram o alargamento do arco cruzeiro, e também na parte exterior as paredes e a construção do pórtico da entrada principal.
Deu novo ânimo às celebrações do Jubileu de São José, mobilizando as pessoas e intensificando a vida religiosa. Com este objetivo específico, instituiu o Sagrado Lausprene, que durava desde as 7,30 horas do sábado em que abria o Jubileu, até domingo depois da missa solene às 8,30 horas.
Durante as horas do dia, a participação nele era livre para ambos os sexos. Para de noite, levando em conta o louvor permanente enquanto dura a exposição do Santíssimo, criou zonas para os diversos turnos de rapazes e de homens.
Das 23 horas às 24, velavam os homens dos Casais, Vales e Covão de Oles. Das zero horas à uma era a vez dos rapazes, e da uma às duas velavam os homens da Carreirancha até à Barreira.
Das duas às três era a vez dos homens da Barreira até à escola, e das três às quatro pertencia aos homens do Alqueidão, lado nascente da estrada que dá para o Celeiro, e das quatro às cinco abrangia os homens compreendidos entre esta estrada e a que leva a Porto de Mós. Das cinco às seis estava a cargo dos homens situados na parte sul desta estrada.
Extremamente zeloso pelas coisas da Igreja, onde passava muitas horas do dia, não permitia que as crianças jogassem à bola dentro dos muros do adro, ou que de alguma forma estragassem os arbustos que ele tinha mandado colocar junto aos muros.
Gostava de estar com os mais novos e acompanhava-os nos seus piqueniques e passeios de burro pela serra. Naquela altura para todos os habitantes da aldeia o burro era um animal de estimação, até porque era o único meio de transporte.
Chegando á serra preparavam o local para o piquenique, confecionavam o almoço e por lá ficavam o dia todo.

O Toino da Queimada a cortar o cabelo ao padre Américo
Em 1971 o padre Américo decidiu frequentar o Curso de Capelães Militares, deixando a freguesia do Alqueidão da Serra, passou a exercer a função de capelão militar na Guarnição Militar de Leiria, onde ficou até 1973.
Foi ainda em 1973, no mês de Setembro, que o Padre Américo foi nomeado para integrar a equipa sacerdotal formadora dos alunos do Seminário de Leiria, tinha nesta altura 46 anos.
Em 1982 fez as provas finais de Doutoramento em Teologia, apresentando a tese “A Eclesiologia de Francisco Carreira”.
Ainda em 1982 foi nomeado juiz do Tribunal Eclesiástico de Leiria e em 1983 assumiu a reitoria do seu Seminário de Diocesano de Leiria.
Por motivos que se prendem com a saúde e a idade, o Padre Américo retirou-se para a sua casa no Tojal. Foi até lá que em 2011 muitas pessoas do Alqueidão se deslocaram para um encontro.
Foram recebidos com muito carinh0, conversaram sobre tempos antigos, lembraram histórias do tempo em que o padre Américo esteve no Alqueidão, e passaram uma agradável tarde de convívio.
O padre Américo passava os seus dias na sua casa no Tojal.
No dia 8 de Dezembro de 2015 esteve presente na Sessão Solene comemorativa dos 400 anos da criação da freguesia e paróquia de Alqueidão da Serra, e recebeu uma lembrança que lhe foi oferecia pelo Presidente da Junta, em homenagem e reconhecimento pelo trabalho e dedicação que prestou a esta nossa freguesia.
A 3 de Janeiro de 2016, ao regressar da celebração da missa dominical na capela do lugar de Casal Fernão João, sofreu um violento acidente, e como consequência foi levado para o hospital de Leiria. Resultado: Uma vertebra + 3 costelas partidas. Ficou em coma induzido durante três semanas.
Em 11 de Fevereiro de 2016 foi residir na Casa Diocesana do Clero em Fátima.
Memórias do Padre Américo
Ainda me lembro do VW cinzento depois da lembreta, boens tempos
GostarGostar