Para que o Adro se nos apresente com o aspecto que tem nos dias de hoje, foram demolidas quatro casas de habitação.
Quem vinha de Porto de Mós, logo juntinho à Igreja encontrava a casa da Bruxa. Ela não fazia bruxarias, chamavam-lhe assim porque ela já tinha muita idade e andava a pedir pelas ruas porque era muito pobre.
Logo a seguir à casa da Bruxa havia a taberna do Luís da Catrina, que tinha nas traseiras um armazém onde ele guardava o sal.
O ti Luis ficou cego num acidente numa pedreira. Foi terrível o que aconteceu, mas como Fátima fica perto, decidiram ir pedir a Nossa Senhora que devolvesse a vista ao ti Luis. E lá foram. Rezaram, pediram, e…. não aconteceu nada. O ti Luis voltou cego na mesma.
“Isto é tudo uma grande aldrabice”, disseram eles. “E anda agente aqui a perder tempo”. E isto foi o suficiente para que algumas pessoas daquela família nunca mais quisessem saber de nada do que à religião dizia respeito.
A seguir à taberna do ti Luís, ficava uma pequena passagem e depois estava a casa da ti Brilhanta e do Farramenta que era sapateiro. A filha da Brilhanta, a São, atualmente com 96 anos, está no lar do Reguengo do Fetal.

São Brilhanta
Por detrás da casa da Brilhanta ficava a tia Bia, (mãe do Laura) cuja casa foi a ultima a ser demolida para dar lugar aos sanitários públicos.
Quem se lembra?
Eu lembro-me de tudo isso e ainda da vinha aonde ixestia uma capoeira e aonde ía-mos fumar cigarros uns atraz dos outros.
GostarGostar
Alguns pormenores de que eu me lembro: 1 – O depósito do sal dentro do armazém do meu tio Luís ficava junto à estrada, e fazia ângulo com a tal passagem ao lado da casa da tia Brilhanta. 2 – Também me lembro de o padre Manuel Ferreira mandar construir uns urinóis e retrete encostados à cada do tio Luís, sem qualquer proteção de azulejo ou outra. O quarto dele ficava do outro lado da parede, que o salitre atravessava sem pedir licença. Deixo os comentários à consciência de cada um. Obrigado pelo trabalho.
GostarGostar